quarta-feira, 20 de maio de 2009

Oportunismo político

Dilma Roussef saindo do hospital Sírio Libanês nesta quarta-feira; Seu tratamento virou pirotecnia e mal gosto

Dilma Roussef, 62 anos, é a "dama de ferro" do governo Lula. No início era ministra das Minas e Energia, depois em 2005, com a queda de José Dirceu, assumiu o poderoso Ministério da Casa Civil. Na prática é a segunda figura da república. Atrás apenas do próprio presidente da república que decidiu lançá-la candidata à sua sucessão ano que vem. Desde então, Dilma vem sendo super exposta afim de se tornar mais conhecida do eleitorado.

Em abril, a ministra assumiu ter tirado um nódulo da axila esquerda e que passará por tratamento quimioterápico afim de evitar um câncer linfático. As chances de cura são de 90%.

A PÉSSIMA ABORDAGEM DA IMPRENSA

Como provável candidata a presidente e ministra de um governo popular, Dilma é uma pessoa pública e é mais que natural que a população se preocupe em saber há quantas anda a saúde da ministra.

Porém não contentes em noticiar, alguns meios de comunicação começaram a "analisar" sem nenhuma cautela os efeitos da doença de Dilma e suas consequencias nas eleições presidenciais. As hipóteses vão desde afastamento témporário do governo até a loucura do 3o. mandato presidencial, uma vez que com Dilma "não podendo se candidatar" não restaria oura opção.

O que me incomoda é o fato de politizarem o estado de saúde de uma pessoa. Antes de Dilma ser ministra, política, candidata e petista, ela é um ser humano. E como qual deve ser respeitado. É de extremo oportunismo e falta de senso o que acontece ultimamente no Brasil. Tudo acaba tendo um viés político.

Mais uma vez louvo aqui o governador de São Paulo José Serra. Potencial adversário de Dilma em 2010, quando foi questionado sobre as consequencias eleitorais do câncer da ministra, Serra foi enfático. "Acho de mal gosto e desrespeitoso misturarmos eleição com problemas de saúde". Assino embaixo.

A papagaiada do 3. mandato

Lula já disse que não quer, mas a mídia e a oposição continuam batendo na mesma tecla surrada

Com uma crise econômica mundial na antessala do país, a irresponsabilidade de setores formadores de opinião insiste em prosseguir. Não basta a espetacularização da doença da Ministra Dilma e de uma inútil CPI da Petrobras, a maior empresa do país, agora oposição e mídia por algu motivo torpe ressuscitaram um assunto que parecia morto. A mudança nas regras do jogo para permitir um novo mandato para Lula.Isso é pura lorota e só demonstra como as coisas não são levadas a sério nesse país em troca de uma politicagem barata.

O fato é: Lula não quer um terceiro mandato em 2010. Faço minhas as palavras do presidente do IBOPE em entrevista ao grande Ricardo Kotscho: "Elegendo ou não seu sucessor Lula sairá do Planalto nos braços do povo e como um dos maiores presidentes do país ao lado de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. É um mito vivo e não sujaria sua biografia com essa medida casuística".

Basicamente é isso. Esse papo de 3 mandato é falta de assunto. Porque os partidários dessa tese não apresentam projetos alternativos ao país ao invés de ficar nessa retórica pobre? Lula não seria louco de trocar seu prestígio e sua posição na história por uma aventura perigosa. Mesmo que 51% da população apoie a medida e que ele continua sendo o líder nas pesquisas de 2010, o presidente sabe que existe um compromisso maior que ele, partidos e pessoas. A democracia. Lula vai passar, a democracia brasileira esperamos que não.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ela manda na Música Brasileira (e vai mandar mais)

Ivete Sangalo soube transitar do Axé pra outros ritmos sem perder público. Ao contrário ganhou.

Artistas aparecem e desaparecem todos os dias no Brasil e na música não é diferente. Quantos nao são aqueles que fazem sucesso com uma música só? Ou duram apenas uma temporada? Difícil é chegar, manter e aumentar cada vez mais seu público e sucesso. E misturando beleza, simpatia, talento e boa imagem, Ivete Sangalo é a única nos dias de hoje que consegue tudo isso.

Lembro da Ivete ainda na "Banda Eva" no cada vez mais longínquo anos 90. Acho que 1994,1995 com "Alô Paixão", naquela época de estiagem no axé. O período entre a 1 fase (anos 80) e a segunda (A partir de 1996) foi marcado pela quase morte do gênero. A única grande revelação fora Daniela Mercury em 1992.

Ivete Sangalo e sua "Banda Eva" vieram explodir mesmo no rastro do foguete axézeiro que rasgou o país e contagiou todo mundo em 1997, com um CD "ao vivo". Eu tinha 12 anos na época e fiz minha mãe comprar o álbum (que infelizmente se perdeu com o tempo), cheio de hits. Um dos mais vendidos da época. Dele saiu a minha música preferida dela até hoje, "Vem Meu Amor". Sem explicação lógica, mas eu amo essa canção.

Vendo que o axé cairia e sentindo a necessidade de expandir seu público e sobreviver artisticamente nossa musa se lança em carreira solo em 2000. Sempre mesclando axé com ritmos como MPB e samba. E daí subiu rumo ao olimpo e a elite da decadente da MPB.

Porque ela é o maior nome atualmente da música

Vamos deixar de lado a história musical dela que é sabida de todo e tentar analisar o porquê que ela é a grande estrela do nosso show biz. É simples: Ivete rompeu fronteiras musicais. Ela toca na casa do axeezeiro, do sambista e do intelectual. Tem carisma. É simpática. Aparece com frequencia nas maiores emissoras do Brasil. É boa de marketing.

E em um país musicalmente falando em que os medalhões não inovam e o Rei se acomodou no trono. Ivete inova e comanda a massa.Anotem: Ela é o maior nome feminino da música brasileira e continuará sendo. A vejo como uma diva no futuro. Algo como Bethânia, Gal e Ângela Maria são hoje.

E se você acha que eu estou exagerando reflita: Vai dizer que você escapou do furacão Axé nos anos 1990? Não ouviu nem que seja uma vez "Beleza Rara"? Não pulou o penta ao som de "Festa"? E não se emocionou com "Se eu Não te Amasse Tanto Assim"??

Não? Então, você não estava no Brasil nos últimos 13 anos. Afinal entre Tchans, Netinhos, Bandas Mel, Boquinha da Garrafa e tantos outras coisas ela sobreviveu e está aí. Um viva a estrela!

PS: Dedico esse texto para a Nadjara. Uma das maiores fãs da "Veveta" que eu conheço. Eu nunca tinha escrito e nem dedicado nada pra ela mesmo rs...

domingo, 17 de maio de 2009

Nova fase do Limbo

A partir do post abaixo, sobre os 30 anos da morte do Dr. Fleury, abro uma nova fase do blog. Ele continuará com meus devaneios, loucuras e desabafos sentimentais e pessoais, mas contará também com textos mais elaborados e material jornalístico.

O Limbo será laboratório para um outro projeto meu. Desfrutem.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

30 anos de um mistério sem fim

Eis o temido Sérgio Paranhos Fleury, delegado do DOPS e torturador a mando do regime militar

O primeiro de maio de 1979 já era diferente dos anteriores. Era o primeiro em anos sem o AI-5, no ABC metalúrgicos em greve desafiavam os militares. O Brasil era governador há poucos meses por João Figueiredo, o último dos presidentes militares e São Paulo estava há 2 meses sob o comando de Paulo Maluf, candidato que venceu as eleições contra a vontade de Brasília.

No epicentro disso tudo estava a abertura política. O fim das perseguições, a anistia "ampla geral e irrestrita". O país já não era o mesmo do começo da década e em mais um sinal que as coisas estavam mudando foi que no mesmo 1. de maio morria em circustâncias estranhas e mal explicadas até hoje, afogado nos mares de Ilhabela, o delegado e então diretor do DEIC Sérgio Paranhos Fleury. Símbolo máximo da tortura e do terror dos anos de chumbo do país.

DOPS

Fleury fez carreira no temido DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) que era um departamento da polícia cívil, como tantos outros. Isso até o golpe de 1964, quando o poder central resolver utilizar os DOPS estaduais para a caça de opositores armados ao regime. Nesse ambiente, pós AI-5, Fleury brilhou. Com sua equipe, liderou o "Esquadrão da Morte" e era o policial que mais mostrava serviço. O que mais prendia, o que mais torturava e também contava com um excelente sistema de informações e informantes. Contando com o apoio logístico do exército, DOI-CODI e claro com o setor de informações do próprio departamento, comandado por Romeu Tuma.

Cooptado pelos militares, Sérgio Fleury era temido e respeitado por todos os escalões de segurança do país. Participando de importantes ações, como as mortes de Marighella e Lamarca, e desfrutando do convívio e dos segredos do alto poder do país. Fleury se tornou maior que seus superiores na Policia Cívil de São Paulo e, com a fama, criou vários inimigos.

A IDA PRO DEIC; A LIGAÇÃO TUMA-FLEURY

Da esq pra dir: Sérgio Fleury, Henrique Perrone e Romeu Tuma: Policiais do DOPS

Acusado frequentemente e em dezenas de processos sobre mortos políticos ou bandidos comuns, o Dr. Fleury sempre era inocentado das acusações. Ninguém tinha coragem de prender o "Papa" (apelido do delegado no meio policial-militar), mas mesmo assim as notícias sobre seus indiciamentos pipocavam a toda hora e constrangiam a cúpula da segurança paulista naquele 1977 em que se aspiravam as primeiras mudanças no cenário político. Por causa disso e também por atritos com outros policiais, Sérgio Fleury foi promovido a diretor do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), saindo da linha de frente do DOPS e também das denúncias de torturas. No velho prédio da General Osório assume como diretor o delegado Romeu Tuma, que comandaria o departamento até sua extinção em 1983. Tuma e Fleury eram amigos - inimigos íntimos. Eram jovens e ascenderam à classe especial (o topo da carreira) de forma veloz. Fleury era o homem de operações e Tuma o das investigações e informações. Duelavam o tempo todo para obter o maior respeito e o comando do DOPS. Ao que tudo indica, o hoje Senador ganhou a disputa. Pois se tornou diretor do departamento, cargo que Fleury ambicionara, mas só exerceria no Deic.

Romeu Tuma é um túmulo quando se fala da sua passagem pelo DOPS. Nunca se viu nenhuma declaração dele. Parece que apagou essa passagem de sua memória. A um pedido de entrevsita sobre o assunto e sua amizade com Fleury, o senador foi enfático: "Não falarei, por motivo de agenda". Uma pena. Tuma deve saber muita coisa daquela época.


A TENTATIVA DE LIMPEZA DE IMAGEM ; A MORTE OBSCURA

Fleury acima de tudo tinha alma de policial. E a alma de um policial é sempre a de caçar bandidos e proteger a sociedade. Foi assim que ele fez a vida inteira. Seja com criminosos comuns ou com criminosos políticos. Para ele, não havia diferença. Era bandido e pronto. Livre dos comunistas do DOPS e notando a mudança dos tempos, o delegado reolveu mudar a sua imagem. De truculento e torturador para um policial ágil, eficiente e principalmente: Produtor de resultados (e dessa vez sem tortura). Durante os anos na frente do Deic, Fleury e sua equipe desvendaram miraculosos sequestros, penderam assaltantes perigosos e aumentou - e muito - a produtividade da delegacia. Estava tentando mudar sua imagem, mas talvez era tarde demais.

Na madrugada de 1/05/1979 Fleury estava em sua lancha e resolveu atravessar para a lancha de um amigo quando tropeçou, caiu e morreu afogado. Estranho, já que Fleury sabia nadar e muito bem. Além disso, por ordens superiores não se pôde fazer a autópsia no corpo do delegado. Era afogamento e pronto. Aos 45 anos morria um dos mais famosos homens do país. Seu enterro, em São Paulo, teve honras de estado, com direito ao governador Maluf e o diretor do DOPS Romeu Tuma carregando o caixão do falecido. Salva de tiros e pronto. Estava enterrado e , ao mesmo tempo, criado outro mistério dos anos militares e que dura até hoje.

TEORIAS CONSPIRATÓRIAS; FLEURY, UM POLICIAL

Desde então as teorias mais diversas povoam o noticiário e o imaginário popular. Envenenamento, tiro e outras coisas milaborantes são levantadas. Fleury tinha muitos inimigos, naqueles tempos de abertura política não seria vantajoso para os militares manter um homem tão ligado à tortura vivo e com poder. Pode ser? Pode.

Mas dificilmente sairemos dessa versão oficial. A maioria dos envolvidos na época já morreram e levaram com eles os segredos dos porões, os que estão vivos não falam. Parecem querer levar para o túmulo o que sabem. Em um país que tem medo de lida com seu passado recente, isso até que é normal.

A pergunta a se fazer é: E quantos Fleurys por aí não existiram? Quantos ainds estão vivos e não desconfiamos de seu passado. O maior erro de Fleury foi se deixar levar pelo ideário do governo de então, ua vez que aquele momento passaria e ele e sua carreira também não. O chefão do DOPS deixou-se colar sua imagem com o que havia de pior na ditadura militar. As prisões, as torturas e os porões. Com essa imagem, dificilmente o delegado escaparia daquela época. Como não escapou. Mais esperto foi Tuma e alguns outros que nunca tiveram fama nenhuma e hoje são bem vistos pela população.

Sem entrar no mérito das ações e tentando analisar o período com distância histórica. No fundo eram apenas policiais. Fleury era apenas mais um deles.

Restart

Chega um pouco desse circulo vicioso maléfico. Vou jogar fora um pouco minhas fixações idiotas que não me levam a nada. Esquecer um pouco os Renatos, as Simones, as Carolinas e a solidão de outrora.

E sem a pieguice habitual, por favor.

Pessoal não entendeu muito bem meu último post, chamado "Rompimento". Não estou me despedindo de nada e nem de ninguém. Foi apenas uma constatação momentânea do romper. Apenas isso e mais nada.

Vamos à programãção normal.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Rompimento

Diferente da maioria das pessoas, eu não acho um rompimento tão ruim. Diria mais, às vezes é necessário para sentirmos o cheiro da mudança em nossas vidas. O alvorecer de uma nova fase. Cheia de coisas boas, novos personagens, enredos e situações que fariam qualquer roteirista de novela morrer de inveja.

Se um dia eu tiver que me despedir de amigos de longa ou de curta data, de mulheres e da família, eu sentirei. A dor é normal e a saudade também. Mas a vida há de continuar.

Algo há de se romper, de se dividir para se criar algo novo, jovem e mais vivo e maravilhoso do que aquilo que jás esgarçado.

domingo, 5 de abril de 2009

Eles são os caras

Estes dois escrevem a história de nossos tempos

O presidente dos EUA Barack Obama ao cumprimentar essa semana o presidente Lula na reunião do G-20 declarou: "Esse é o cara. Adoro esse cara. É o político mais popular da terra".
Bem, é um elogio normal entre amigos, pessoas que se admiram.
O que há de se admirar aí, além da boa relação pessoal Obama -Lula (o que significa um bom relacionamento EUA-Brasil) é o fato da história estar sendo escrita nesse instante e nós podemos presenciar e viver isso. Esqueça os preconceitos e posições políticas. A eleição e a história de Lula é histórica assim como a eleição de Obama também foi histórica.
Um cara que veio de pau de arara, quase morreu de fome, ralou em chão de fábrica, foi e é vítima de todos os preconceitos mais absurdos se tornar presidente e ainda por cima o mais popular dos 500 anos do Brasil é história pura!
O outro, um negro, com dramas familiares se tornar presidente de um país que a até 40 anos atrás vivia um apartheid racial em que haviam cidades brancas e cidades negras, é pura história!
Não importa o que se ache das pessoas Barack Hussein Obama ou Luiz Inácio Lula da Silva. Não importa se o governo de Obama será ruim ou bom, se o de Lula está sendo ruim ou bom. Não importa a sua ou a minha opinião. O que vai ficar pro futuro é esse simbolismo.
Nossos netos vão se perguntar se nós lembramos de Lula e Obama. A história está sendo escrita ali na esquina e nós estamos sendo testemunhas. É um prazer inenarrável isso (pelo menos pra mim).
E quer saber? Eu concordo com o Obama. Lula é o cara! E Obama também o é!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

De mãos atadas

Sem maioria na câmara municipal, Luiz Marinho (PT) sofre em seu início de mandato tentativa de desestabilização de seu governo

Eleito pela maioria absoluta dos eleitores de São Bernardo. Luiz Marinho quebrou um tabu de 20 anos em que seu partido, o PT, não elegia o prefeito da cidade onde nasceu, surgiu e despontou até se tornar o maior partido do Brasil.

Marinho é quase que um "filho" da liderança maior e fundador do partido. O popular Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ajudou e muito na eleição do "afilhado".

Pois bem, com a volta do PT ao comando do Paço surgem os problemas. O principal deles se chama governabilidade: Marinho simplesmente não a tem. Na Câmara Municipal loteada de raposas dispõe de 11 dos 21 votos e do presidente da casa Otávio Manente. Mas é só. Na prática, o prefeito sofre a oposição violenta de PSB, PMDB e PSDB, comandados pelo ex prefeito Dib e seu pupilo o candidato derrotado a prefeito Orlando Morando, que nada aprova.

Luiz Marinho não consegue aprovar nem uma mudança de rua. Hoje mesmo teve um simples e comum projeto de reforma administrativa rejeitado pela Câmara. O prefeito está de mãos atadas por vereadores que até ontem estavam no poder e por pura politicagem se opõem a tudo em prejudicam a cidade.

Cabe ao prefeito trocar seu núcleo de articulação afim de melhorar o relacionamento com o legislativo e construir maioria, porquê senão o governo emperra.
E Marinho tem projetos. Tem competência. Só precisa de maioria política na Câmara, pois respaldo popular ele tem.

Como disse um certo jingle político "Deixem o homem trabalhar". Ganha a cidade, a prefeitura e até os vereadores que parecem seguir ordens de gente sem um pingo de ética e amor pela cidade.

Estamos de olho São Bernardo!

terça-feira, 31 de março de 2009

Ankito se foi

Mais um grande artista se vai e quem fica no lugar?



Provavelmente você não o conhecia. Talvez seu avô, sim.

Eu o conheci há pouco tempo e só assisti a uns 3 filmes dele.

Ontem morreu um dos últimos (se não for o último) nomes do cinema nacional dos anos 50, da chanchada. Aos 84 anos, se foi Ankito. O "escada" de Oscarito e Grande Otelo. Juntos formavam um trio da melhor qualidade. Desde ontem se apresentam juntos no andar de cima...



É mais um pedaço do velho Brasil partindo. E a reposição de peças não está sendo feita à altura. Uma pena.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Prenderam de novo a dona da Daslu


Eis o templo do luxo de São Paulo

A sonegadora Eliana Tranchesi, proprietária da loja AA Daslu foi presa novamente. Sob as mesmas acusações. Ela já havia sido presa em 2005 pela mesma Polícia Federal que a prendeu hoje e na ocasião, eu escrevi o seguinte texto em outro blog que tinha:
13 de julho de 2005
A Revolta do Laquê!!
Ah, que pena! A Policia Federal invadiu a Daslu e achou um monte de irregularidade lá.

Que peninha! Que peninha!

As madames da elite quatrocentona de São Paulo, devem estar revoltadas. "Foi a mando do metalurgico, analfabeto!" diz uma. "Foi aquele barbudo de São Bernardo, só porque a filha do Alckmin trabalha lá" diz outra

A dona da loja foi presa, acusada de sonegação fiscal e de pagar um salário "por fora" para os funcionários. Documentos apreendidos, e devassa na loja.

E as quatrocentonas revoltadas: "Tem é que prender o Zé Dirceu" "Prendam o Marcos Valério!" "Tem que investigar o dinheiro na cueca!!"

Senhoras, vocês não percebem que isso é golpe de marketing? Prender o bispo da Universal com seu "Mensalão de Deus" de 10 milhões e invadir a sonegadora e contrabandista Daslu, foi marketing pra desviar a opnião publica do caso do PT e do 'Mensalão"??

"Ahhhhh sim!, O "9 dedos" até que é esperto hein! Ta parecendo o nosso querido sociologo quando queria abafar as coisas, com o tempo ele aprende"

Mas não se incomodem senhoras da aristocracia , a dona ja foi solta e a loja abrirá normalmente, para o deleite de vocês. Amanhã a vida voltará ao normal, com seus 30 reais/hora de estacionamento, uma Louis Vitton de R$ 3.000, vestiidos Gucci de R$ 10.000....
Ah, do outro lado tem uma favela, mas quem se importa, não é mesmo? Eles é que vão no Brás comprar roupas a 4 reais....

E as madames comemoram: Viva! Viva! Viva!
Bem, como podem notar o texto é datado e cheio de referências a fatos que ocorreram há 4 anos, como o mensalão etc. O fato novo aí é que, como podem notar, o texto personifica bem o simbolismo da prisão da dona da Daslu. Seria algo como a "vingança dos pobres".
Coisas de moleque, eu tinha 20 anos na época.
Não existe o porquê de se fazer isso. A questão é que Eliana Tranchesi é uma criminosa como qualquer outra. Com ou sem dinheiro, de classe ou não, ela deve pagar pelos crimes. Sem essa de personificar nela, uma luta de classes. A Daslu existe e sempre existirá enquanto houver pessoas dispostas a comprar lá. Assim sempre foi e é o Brasil. Um país que consegue ser a Suiça e a África ao mesmo tempo, infelizmente.
Só espero que essa prisão não seja mais uma pirotecnia da PF e que a sra Tranchesi pague - inclusive financeiramente - por seus crimes

segunda-feira, 23 de março de 2009

Senado sem moral nenhuma

José Sarney e o tamanho do pepino que arrumou ao se eleger pela 3. vez presidente do Senado



O Senado Federal é e sempre foi uma casa conservadora, cheia de ritos e tradições. Constitucionalmente, ela representa os "interesses dos estados", ao contrário da Câmara que representa os interesses do "povo". Como só existem 3 senadores por estado e, cada um para se eleger precisa de uma votação quase igual a necessária para eleger um governador. o Senado é dominado por raposas velhas da política. Figuras como José Sarney, Renan Calheiros, Agripino Maia, Tasso Jereissati e tantos outros "carimbados" estão lá, por exemplo. E uns com uma longevidade assustadora. Sarney por exemplo é senador desde 1970, só interrompido quando foi Presidente da República (1985-1990).





PMDB faz a festa; Renan volta com tudo





Não contente com escândalos passados, como compra de votos, violação de painel, ranários, grampos e recentemente a queda de um presidente por pagar pensão da amante com dinheiro de empreiteiro, o Senado iniciou o ano elegendo José Sarney pela terceira vez presidente da casa. Com ele, voltam o ex presidente Collor, como presidente de uma comissão poderosíssima e o outra hora derrubado Renan Calheiros como lider do PMDB e eminência parda do Senado.


Como cérebro da eleição de Sarney, Renan voltou muito poderosíssimo, elegendo aliados em postos chave e se tornando obrigatoriamente um interlocutor do governo


A farra dos cargos e escândalos


Com a eleição de Sarney, Collor e Cia, o clima no Senado se tornou insuportável. O velho clube corporativista formado por amigos, passa por momentos de dossiês, acusações e baixarias de todo o tipo. Os esqueletos resolveram sair do armário e a farrav de cargos e diretorias inúteis vêm a tona. Para "espanto" do presidente Sarney e alegria de Lula...





Legislativo em frangalhos = Executivo forte


Enquanto o Congresso, mas precisamente o Senado, definha, o Presidente Lula sorri. Recordista de popularidade (ainda mais a esta altura do mandato), com um PAC na manga e Dilma para emplacar. O Presidente não faz nada para acabar com a bagunça do poder legislativo. Pelo contrário, se exime da briga em sua própria base governista. Simplesmente porquê não precisa aprovar nada do Congresso e porque sabe também que enquanto o legislativo estiver no fundo do poço, mais forte ele fica.

E enquanto isso nada anda no país tropical abençoado por Deus e bonito por Natureza.

sexta-feira, 20 de março de 2009

"Onde eu coloco o trilho, chefe?"

Morador de SBC procurando aonde vai dar os trilhos sem trem da cidade...

Deu no jornal oficial da prefeitura de São Bernardo na semana passada, que a administração Luiz Marinho (PT) estava abrindo pregão eletrônico para aquisição de alguns quilômetros de trilhos de trem.

Bem, SBC é uma cidade que não possui o trem como um dos transportes acessíveis. As estações mais próximas estão em Santo André e em São Caetano. Além disso, a empresa responsável pelos trens (e trilhos) é a estadual CPTM. Cabe a ela construir novos ramais e não a prefeitura da cidade.

O estranho pedido teve a estranha resposta da administração de São Bernardo: Os trilhos serão utilizados como guard rail de avenidas e ruas. A pergunta é: Não teria outro material para isso?

O fato é que não se incomode se um dia qualquer os trabalhadores da Prefeitura se espantarem e perguntarem ao prefeito: "Onde eu coloco o trilho, chefe?"



quarta-feira, 18 de março de 2009

Eu vou de Ana

Linda e normal: Ana Carolina é minha preferida para vencer o BBB9


Eu assisto o BBB. Não com o ardor fanático de alguns e nem com a ingenuidade de outros. Ali é tudo dirigido, tudo ficção. É uma novela. A das 22h30. Acompanho pela íncrivel edição que a Globo faz. Afinal, quem tem um know-how de 40 anos produzindo novelas sabe fazer razoavelmente bem.


E eu, como todos, tenho minha favorita: Ana Carolina


Pra começar ela faz o meu número. Além de ser linda e atraente tem uma característica que ninguém ali tem: Ela é ela e pronto. Não se esforça pra parecer um estereótipo. Não faz a linha gostosona, inteligente, burra, líder, manipulada, perfeita etc. Em outras palavras: Ela não joga.


Não que jogar seja um defeito, muito pelo contrário. Jogar é a essência de tudo, desde que, com caráter e respeito aos demais competidores, mas isso é assunto pra outro post.


Ana Carolina é ela. Imatura, mimada e cheia de defeitos mas também com muitas virtudes. Enfim, uma pessoa normal. E diferente das outras edições, em que o público sempre se solidarizava com os "pobrezinhos" ou "coitados", no BBB9 simplesmente não há esse perfil de participante. Ana´, por exemplo, tem dinheiro e é "patricinha". Assumiu gostar de joias, sapatos, roupas e demais acessórios. E mesmo assim, é cotada como uma das fortes candidatas.


Ela, que tinha tudo para gerar antipatia por suas ações imaturas e mimadas, se tornou forte no jogo, graças a incompetência dos demais jogadores.


Ana é meu número. Torço por ela vencer o jogo (isso se o jogo já não tiver um vencedor pré definido).


PS: Em outras palavras: Já viu aqueles olhos? Aquele traseiro? É por essas e outras que sou seu fã. Ela tem um baita corpo e não usa isso. Ao contrário de outras lá...

Quanto vale esse apoio?

Depois de se fazer de "difícil" o DEM de Salles resolveu apoiar o governo de Aidan

Derrotado na última eleição para prefeito de Santo André, Raimundo Salles por pouco não foi pro segundo turno contra o PT. Perdeu a vaga para o prefeito Aidan Ravin, mas conseguiu elegar três vereadores, que com o passar do tempo se tornaram cruciais para a governabilidade do prefeito.

Depois de muitas negociações, de juras eternas de oposição e algum "carinho" vindo da parte do prefeito. O DEM foi "convencido" a apoiar Aidan Ravin, na semana passada.
Ambas as partes juram que não foi ofertado cargos. Acreditamos.

Qual foi o argumento então, para convencer os reticentes Democratas (sic) a apoiar o governo do PTB? O bem da cidade? Apoios futuros? Ou algo que nós que não habitamos o sub mundo da política não temos conhecimento?

terça-feira, 17 de março de 2009

Serra distribui livro com erros grotescos

Eis o Paraguai do Governo Serra

A secretaria de Educação do Estado de São Paulo distribuiu aos alunos da rede pública livro de geografia contendo erros prosaicos. Em um mapa da América do Sul (foto) o Uruguai e o Equador deixam de existir. Já o Paraguai "anexou" o Uruguai e surge duas vezes no mapa. Quanto ao sumiço do Equador, nada aparentemente no mapa o justifica.

Serra: "É um erro menor"




O Governador e eterno candidato a presidente José Serra (PSDB) declarou hoje que irá



trocar os livros errados por corretos. No alto de sua "humildade" peculiar, o tucano declarou que "os erros são menores" e que "qualquer um sabe que não existe dois Paraguais", além disso Serra jogou a culpa na gráfica pelo "equívoco".



As perguntas a se fazer ao governo do estado é: E o custo com esses livros bizarros? Serão ressarcidos? Os livros recolhidos vão ser reciclados? Se não cumprir o dever constitucional do Estado de educar as crianças é um erro menor, o que seria um erro maior??

É bom nosso governador tomar mais cuidados. Roubo de armas e dois Paraguais não pegam bem para alguém que se acha Presidente Eleito candidato a presidente em 2010.

Adeus, Clô!

Clodovil: Amado ou odiado, sua passagem na Terra não foi em vão

No ambiente de mensalões, barganhas e outras coisas rasteiras. Eis que chega um senhor muito bem alinhado. Deputado de primeiro mandato, faz seu discurso. Uma barulheira interminável e eis que o parlamentar diz: "Por favor, silêncio. Isso é que é decoro?" As raposas silenciam e se curvam àquele peixa fora d'água

***

Ao som de um Standard qualquer dos anos 50, de preferência Billie Holiday sua preferida, ele descia as escadas do cenário com sua bolsa Louis Vitton. Ao chegar no palco, um take dos pés a cabeça mostrando o terno impecável. Uma piscada e o cumprimento de sempre: "Olá, tudo bem? Tem que estar não é mesmo?"

****

Uma telespectadora manda uma carta para um certo programa feminino nos anos 80: "Estou pensando em me casar com um vestido roxo. Será que fica bonito?" O estilista responde na lata: "Minha querida, isso é roupa pra vestidos ou terninhos. Não queira passar a imagem de que você tem classe. Case de branco e pronto".

***

Nos anos 60, em uma loja da Oscar Freire havia desfiles semanais de um certo estilista. As modelos mais bem pagas, as socialites mais ricas e as roupas mais caras e sofisticadas lotavam o endereço para prestigiar mais uma coleção do mais conceituado estilista do Brasil. Clodovil Hernandes. Ter uma roupa dele era de um status inominável, só comparado ao de seu arqui-rival, o amigo íntimo e estilista Dener Pamplona de Abreu.

***

Nada disso acontecerá de novo. Clodovil está morto. Passou para a história. Amado ou odiado, com amigos ou desafetos ele nunca passava desapercebido. Pensando bem, ele nunca passará. Sempre ficará por aqui com seu estilo e marcas. Boa viagem.

terça-feira, 10 de março de 2009

80 anos da diva

Hebe Camargo: Desde a fundação da TV até hoje no ar

Os 80 anos de Hebe Camargo completados no domingo, 8, (por coincidência ou destino ela nasceu no Dia Internacional da Mulher) foram e serão ultra comemorados. Pela anivesariante, pelos amigos, pela imprensa e pelo povo em geral.

Da mesma forma que é impossível dissociar Pelé de futebol, não conseguimos separar Hebe de televisão. Ela é defintivamente o rosto da gerigonça. No ar, desde o dia da inauguração passando por quase todas as emissoras, ela é nossa grife. A melhor e apresentadora da TV Brasileira.

Todas seguem seu estilo, suas ideias e seu formato.

Mas Hebe é mais que isso. Ela representa a metamorfose da mulher brasileira e mundial. A apresentadora passou por diversos acontecimentos da sociedade e ajudou a quebrar barreiras. Pós Guerra, direitos igualitários, mercado de trabalho, revolução feminista e tudo mais que as mulheres conquistaram e vem conquistando esses anos todos.

Hebe Camargo é nosso ícone maior feminino. Adoro-a. E sonho em entrevista-la, ou ao menos, conhecê-la. É a cara de um Brasil que vai sempre mudando.

Não, é? Gracinha!

domingo, 8 de março de 2009

Joga bola, jogador

Ronaldo voltou para o futebol (pela 3ª vez)


Sem dúvida nenhuma, ele foi o Pelé da minha geração (e da dele também), o grande ídolo. Lembro-me dele em 1993/1994 tocando o terror no Cruzeiro. Depois do tetra, foi para a Europa e aí foi só alegria. Mas vieram as frustrações, as contusões. Tal qual uma fênix ressucitou em 2002 para nos trazer o penta. E nova queda. Nova lesão e novos escândalos.


Confesso que, no fim do ano passado, quando foi anunciada a contratação de Ronaldo pelo Corinthians desdenhei e achei que era apenas uma ação de marketing. Boa para ambos. O Timão pois estava acabando de subir novamente para a 1 ª divisão e para Ronaldo, que fora de campos aparecia nas páginas dos jornais pelos seus escândalos particulares.

Depois de muito treino, uma recuperação lenta (e que ainda está em curso), o Fenônemo voltou aos gramados. Sempre jogando a metade final do 2º tempo. E sua estrelha brilhou justo na hora que precisava brilhar. Palmeiras X Corinthians, o clássico dos clássicos paulistas. Nos acréscimos e buscando o empate, um escanteio, bola na área e ela vai para a cabeça de Ronaldo, tal qual um objeto atraído por um imã. Cabeceio e gol! O jogo está empatado. O eterno número 9 marca seu primeiro gol pelo Timão e justo em cima do aqui-rival. Ele mudou a história do jogo, se tornou assunto nacional e provou, mais uma vez, que é um predestinado. Que sabe jogar bola. Que é diferenciado.

Dane-se a vida pessoal do cara. E que venham mais jogadas geniais. Só me resta dizer: "Joga bola, jogador! Joga!"

sexta-feira, 6 de março de 2009

Prefeitura que caiu no colo (e o prefeito que não sabe o que fazer)

É melhor rezar mesmo, prefeito

O A do ABC é de (Santo) André, mas agora é também de Aidan Ravin. O prefeito que derrotou o PT em um de seus feudos mais antigos. Sem apoio nenhum e com falta de dinheiro, o ex-vereador em primeiro mandato foi a grande zebra das eleições. Aidan não apresentou nenhuma proposta concreta para a cidade e se beneficiou da normal rejeição de uma parcela dos eleitores ao partido de Lula, um cansaço de 12 anos do PT à frente da cidade e também a seu carisma e lábia. Virtudes inegáveis do prefeito.

Aidan muito provavelmente não se candidatou pra ganhar. Colocou seu nome no pleito para testar a popularidade. Não acreditou que ia ganhar e ganhou. E aí a segunda maior cidade da região cai no colo dele que, perdido, não começa bem o governo.

A trapalhada começou antes mesmo da posse, ao anunciar secretários nas vésperas do Natal e ao declarar que iria criar secretarias por decreto. Péssima jogada.

Ao assumir em janeiro, o prefeito não conseguiu reverter o ar de paralisia que tomou conta do Paço. Mudou a jardinagem da cidade e resolveu auditar todos os contratos da gestão anterior. Atitudes que soaram mais como jogos de cena do que atitudes equilibradas.

Mas o grande problema de Aidan - além de sua falta de preparo e de projetos - é sua precária base parlamentar. Sua base oscila entra 9 e 15 de 21 vereadores. Oscila, porquê DEM e PSB fazem corpo mole e parecem debater "espaços" na administração que o prefeito parece não muito disposto a dar. Aí acontece a chamada "independência", ou até mesmo a "oposição" se juntando assim ao rancoroso PT. Que até hoje não digeriu bem a derrota.

Somando-se o fato de não ter pensado em projetos relevantes e com uma base parlamentar que o impede de governar, por não ter maioria suficiente. Aidan está perdido e parece não saber bem o que fazer com o "brinquedinho" que tem em mãos.

Há quem diga que o prefeito sofre chantagens e ameaças de dossiês comprometedores que podem levar a cassação de seu mandato. Eu não acredito. Só botarei fé quando as acusações saírem das conversas e se tornarem provas existenciais.

Espero sinceramente, que o prefeito Aidan Ravin faça a melhor administração possível. Que melhore a vida da população e que coloque em prática tudo o que pensa e projeta para o povo de Santo André. Que conserte os erros desse início e que consiga tocar bem a cidade.

Não seria louco de criticar um prefeito com menos de 100 dias de mandato, e muito menos torcer contra seu governo. Que seria a mesma coisa que torcer contra a querida vizinha Santo André.

É mão na massa Aidan!

Olha Elle aí...

Lula e Collor batendo um papo no Planalto: São aliados

O Brasil de 1989 ia eleger seu presidente, pela primeira vez em 30 anos. De um lado o senhor à esquerda na foto. Barbudo, mal vestido e sem instrução. Representava o povo, os trabalhadores. Do outro lado o senhor da direita. Bonitão, jovem, elegante, cheio de retóricas e críticas a corrupção e aos "velhos" políticos. Um odiava o outro. Eram como àgua e óleo. O nosso galã de plantão acabou vencendo por pequena vantagem.

E o restante é história das boas...

Passados 20 anos, o barbudo - que não é mais tão barbudo assim - é o presidente da vez e o caçador de marajás é senador. Um está aliado ao outro. Um defende o outro.
No circo legislativo de Brasíllia onde um velho conhecido de bigodes dá as cartas, o senador se elegeu para importante comissão. Como que renascido das cinzas. Depois de cassação, ostracismo, eis que surge com sua bela cabeleira castanha como presidente da Comissão de Infra Estrutura do Senado. E com apoio (velado) de quem? Sim, dele mesmo do outrora comedor de criancinhas.
Nossa política é sempre muito ágil e rápida (quando querem). Inimigos se tornam amigos e vice-versa sempre colocando, claro, os interesses do distinto público acima de tudo.
Que beleza né?
E enquanto o molusco e o Collorido confraternizam, o Sr. Burns e Mãe Dilma, vão disputar apenas o volante do trem. Que é sempre dirigido pelos vagões, que atendem pelo nome de PMDB.

O Rei Voltou!

Michael no auge em 1984

O controverso ídolo Michael Jackson anunciou seu retorno aos palcos. O Rei do Pop irá fazer 8 shows em Londres e poderá faturar a singela quantia de 240 milhões de dólares. Quantia imensa, mas para um astro falido que nem MJ insuficiente para suas dívidas astronômicas.

Noves fora as polêmicas, as bizarrices e tudo mais que envolvem negativamente Michael. Eu adoro o cara e fiquei muito feliz com a volta dele aos palcos. Espero que um dia ele venha ao Brasil, pois eu estarei nesse show com certeza.

O Off The Wall e o Thriller são fodásticos. Estão entre os melhores e mais vendidos discos da história. Não há quem nunca ouviu e dançou ao som de alguma música dele.
Quando MJ veio ao Brasil em 1993 eu era criança, mas me lembro de alguns detalhes. Seus shows no Morumbi, sua ida ao Playcenter e todo o frenesi que o astro causou.

Vida longa aos mitos com talento! Vida longa ao Rei do Pop!

quarta-feira, 4 de março de 2009

O que sobrou do porão






Cravada entre as belíssimas estações da Luz e Júlio Prestes, no centro de São Paulo, existe um bonito e antigo prédio (foto acima) avermelhado, com vitrais antigos e muito bem cuidado. Projetado por Ramos de Azevdo (o mesmo arquiteo, que entre outras coisas, desenhou o Teatro Municipal) em 1910 o edifício foi por muitos anos o DOPS (Delegacia da Ordem Política e Social), um dos principais centros repressores da ditadura militar (1964-1985).

Para lá eram mandados todo e qualquer tipo de "subversivo", que na maioria das vezes sofriam torturas mentais e físicas, além de uma parcela deles "desaparecerem" até hoje.
Durante os anos de chumbo o Dops teve como estrela maior o Delegado Sérgio Paranhos Fleury (morto em estranhas circustâncias em 1979) e foi dirigido em sua fase final pelo então Delegado Romeu Tuma (o mesmo que hoje é senador).
O Prédio

Desde 2007 sob chefia da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, o prédio foi todo reformado e passou a abrigar a "Estação Pinacoteca". Nada mais que um espaço para obras de artes e exposições. Assim como a Pinacoteca do Estado, que por sinal fica ali perto.

Porém, o governo teve o cuidado de reservar um espaço no térreo para criar o "Memorial da Resistência", que nada mais é do que alguns painéis explicando a utilização do prédio, uma retrospectiva do finado Dops (extinto em 1983) e o único espaço que não foi reformado do prédio. Um corredor com quatro celas utilizadas pela repressão para prender e torturar.

As sobreviventes



Este corredor, da foto acima, é a parte mais tenebrosa do edifício. Que não lembra em mais nada o velho ocupante. Tudo está muito clean e reformado. Menos o corredor das celas. Ali, a luz baixa e o som de canções da década de 1960 e 1970 ajudam a tornar o ambiente mais sombrio. As celas em si são um esptáculo da tristeza. Janelas caindo aos pedaços, junto com portas jurássicas. No meio, um pilar, que provavelmente era usado como "tronco" pelos agentes. Banheiro e o que restou do banho de sol (a maioria das celas e do espaço de sol foram demolidos nos anos 80). Um clima deprimente realçado por anotações de presos políticos nas paredes.

Nessa hora, comecei a pensar em algo surreal: "E se essas portas falassem? Essas celas?" Já que os arquivos da ditadura continuam proibidos ou foram destruídos. E os agentes da repressão ainda vivos nada falam e se escondem como os "subversivos" de outra época. Por quê? É um mistério sem fim.

Na saída, vejo fotos da época em que o Dops era um orgulho nacional. Uma época de extremismos. Ou tudo ou nada. Ou amigo ou inimigo. Era amar ou deixar.

Me despeço do belo prédio com fotos. Ele não tem culpa. Foi projetado para ser a sede da Railway Sorocabana. E quantas pessoas não passam por ele e apenas o acham mais um desses "mausóleus" da cidade?

A vida continua. Mendigos dormem, bebem e xingam. Motoristas apressados. Cortiços por todos os lados. Dobro a esquina e vejo a Luz. E aquela réplica do Big Ben londrino. Ela está sempre lá, jogando luz em direção ao Largo General Osório, 66. O Dops.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Twitter: Pra quê?

Demorei para entrar no Twitter. Eu sou daquele tipo que acha que, para não ficar desatualizado, tem que conhecer todas as novidades tecnológicas. Procuro conhecer tudo que sai na internet de novidades. O que não significa que eu vá me tornar um usuário e fervoroso defensor.

Este foi o caso do Twitter que, como já disse, demorei para entrar. Resolvi dar uma chance, mas não vi muita (para não falar nenhuma) finalidade naquilo. Trata-se de um site de relacionamentos em que você acompanha pessoas e você recebe delas e as envia mensagens curtas sobre alguma coisa. Pode ser um link interessante, um desabafo ou apenas algo idiota para satisfazer seu ego. E essa última opção, infelizmente é a que mais aparece.

Coisas como: "Estou no aeroporto indo passar férias em Fernando de Noronha". O que isso me interessa? Ou então: "Estou ouvindo o novo disco do Coldplay". Tá. Legal. Mas e daí?

As pessoas com quem eu quero manter contato, ou quero conhecer eu localizo de outra forma, provavelmente via telefone ou e-mail. Conhecer os gostos das pessoas? O orkut é muito mais útil pra isso que o twitter.

Enfim, não vi muita utilidade a não ser a de algumas pessoas com a necessidade constante de ser o centro das atenções e postar até a hora que vai dormir e acordar.

Nem todos são assim. Mas pra mim o Twitter é algo oco. Não serve.

"A Favorita": A melhor novela dos últimos 10 anos




Toda novela das 20h (o termo aqui é só por costume, ultimamente elas começam às 21h30) gera discussão. Faz sucesso. Vira capa de revistas e as músicas tocam incessantemente nas rádios. Sempre possuem um núcleo de humor e bordões que caem na boca do povo. Como diria o magistral Sinhozinho Malta, tô certo ou tô errado?

Errado. "A Favorita", a atual dona do horário foge de alguns desses clichês baratos, como apelar para "quem matou quem", bordões e núcleos de humor. A trama de João Emanuel Carneiro, é um thriller policial maravilhoso, criativo. Sem a falta de imaginação que perdura nas novelas há muito tempo.

A história de Flora e Donatela é revolucionária. A vilã não passa de uma perturbada mental que ama a mocinha, uma psicopata que mata tudo e todos a sangue frio. A maioria das personagens não são nem 100% bons e nem 100% ruins. Existe um quê de bondade e maldade em cada um.

O elenco é formidável. Patrícia Pillar está deliciosamente perversa como Flora. É o destaque do ano. Claudia Raia, impecável como Donatela, aquela que todos achavam no começo da novela que era a assassina. Mariana Ximenes, apesar de fazer uma personagem 10 anos mais nova que ela, está perfeita. Destaque também para Murilo Benício, como o malandro Dodi.
Ah! E é sempre bom ver Tarcisio, Glória, Mauro Mendonça e o grande Ary Fontoura. A velha guarda é fundamental.

Só pelo fato de não apelar para personagens engraçadinhas, bordões e o medonho "quem matou quem?", "A Favorita" já merece menção. Pela ousadia de revelar o grande mistério da novela no capítulo 60 (com 3 meses de exibição) então? Merece louvor!

E o que dizer do trabalho de produção da Rede Globo? Não é a toa que ela é...bem, a Rede Globo!
A trilha sonora, a luz, a fotografia. Vejam, por exemplo a cena do reencontro de Flora e Donatela em um teatro abandonado exibida ontem e hoje? Aquilo é cinema puro!

O jovem JEC (o autor) , em sua terceira novela, escreveu logo em sua primeira trama em horário nobre, uma história bem amarrada e bem fundamentada. "A Favorita" é a melhor novela que vi nos últimos 10 anos ou mais. Mas para não ser injusto, com "Torre de Babel" (1998), que também foi boa, do maravilhoso Sílvio de Abreu vou me ater de 1999 pra cima.

Tanto novela quanto autor já marcaram presença na história recente da TV.

E depois da semana que vem no lugar de "A Favorita" estréia "Caminho das Índias", de Glória Perez. E Glória Perez é Glória Perez, né? Clichês, polêmicas provocadas, bordões que grudam e toda aquela canastronice habitual. Espero estar enganado, mas...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Pílulas

* Ontem entrou em vigor as novas regras ortoigráficas da lingua portuguesa. Preciso estudá-las. Ainda não entrei nelas

** Acho que vou sair do Twitter. Não achei tão interessante, não.

Post de Ano Novo

Talvez você ainda esteja de ressaca do reveillon em uma praia lotada, que em todos os lugares que você olhe existem pessoas e filas. Além do calor e dos pernilongos.

Talvez você esteja dormindo afinal, não gosta desse papo de ano novo e essa obrigatoriedade de sentir esperança.

Ou então esteja fazendo que nem eu. Sempre confiante, esperançoso e crente que estão superestimando essa tal crise econômica e que tudo será cada vez mais belo e lindo.

Não baby, dessa vez não vou bancar o ranzinza de sair criticando as pessoas que fazem simpatias, se vestem com determinada cor e muito menos sair dizendo que é uma simples mudança de data.

Pode até ser. Mas eu me permito agora sonhar de vez em quando, abstrair e encher meu peito de esperança. É como um recomeço. Quero tudo, mas tudo mesmo que a vida tem de bom.
E desejo o mesmo pra você. Seja quem for.

Bom ano para todos nós.