quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Tenho uma boa cabeça, me acho um cara bonito e bem apessoado.
Não sou nenhum irresponsável. Limitado, sim! Porém não burro.
O que me falta? Nada.
O problema deve estar na minha cara de pau sempre inchada de sono que olho no espelho. Uma cara de pau cômoda, que prefere reclamar e não fazer nada.
Prefere achar que tem o rei na barriga, tem sempre razão e perde as pessoas. Vê quem gosta se afastar. Se torna intolerável, justamente por ser intolerante com certas coisas.

Isso acabou. Agora é outro rumo, outro caminho, outro estilo de vida.
Aguardem.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Querem saber?

A faculdade acabou e algumas pessoas me perguntam se estou triste ou coisa assim.
A resposta é não. Vivemos em fases. Essa passou e se inicia mais uma agora.
É sempre assim e quem tem dificuldades pra encarar que tudo na nossa vida passa e muda, terá dificuldades a vida toda.
Não há coisa pior que gente que pára no tempo.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Vamos receber mais um participante...


A inscrição

No começo do ano vigente, em uma bela tarde, dessas que a gente fica na internet por falta de opção, resolvi entrar no site do glamuroso e moribundo SBT. Uma página até que bem feita, com hotsites sobre os programas e aquelas coisas básicas de uma emissora de televisão (exceto a programação do dia, que lá inexistia). De repente, um link me atraiu: "Participe de um programa estilo Céu é o Limite e ganhe dinheiro". Bem, eu como velho 'televino' que sou já conhecia o tal programa e me inscrevi. O assunto que escolhera? "História da TV", óbvio.

A entrevista frustrada


Dias, semanas e meses se passam até que numa tarde burocrática de julho eu recebo um telefona no celular
- Alô Caio? Aqui quem fala é a diretora do programa '21', você se inscreveu no começo do ano né? Tem como vir aqui no SBT no sábado pra gente bater um papo? Claro que tinha. Iria realizar o sonho de conhecer a emissora que sempre gostara desde infância e por tabela, o dono dela, uma figura que habita o domingo e o sub consciente coletivo do brasileiro há 45 anos, pelo menos. No sábado marcado fazia um tempo nublado, e com uma carona, cheguei em Osasco onde fica a sede da emissora. Aquele lugar era enorme e vazio. Vazio, pois num sábado de manhã pouca gente trabalha, convenhamos. A entrevista com a diretora do programa não foi das melhores. As perguntas estavam desconexas e ela falou que iria me chamar de novo. Ali senti o baque. "Não vou participar", pensei. Pensei errado. Sabiamente reparei em uma lousa branca que havia na sala da diretora com algumas anotações e uma delas era: "Temas a serem procurados: 'Tim Maia, Tom Jobim, Roberto Carlos etc..." Como é? Roberto Carlos? Quem me conhece sabe que sou fã do cara, tenho dezenas de CDs e livros (o proibidão inclusive). Responder sobre ele seria uma boa. Bem, na segunda seguinte mandei um e-mail a eles: "Tá dificil falar sobre TV? Não tem problema, eu falo sobre Roberto Carlos".

A primeira ida

Horas depois deste e-mail, me ligam de lá. É a mesma diretora do programa que falara comigo antes e dizia que tudo estava ok e que dali a uma semana eu participaria do programa. Um carro do SBT passaria pra me pegar ás 6 DA MANHÃ. Nessa hora, eu travei. Iria conhecer o 'homem'. Não só conhecer, mas participar de um programa dele. Nessa hora, em um arroubo de prepotência eu pensei. 'Vou participar do programa mais antigo da TV Brasileira. Entrarei para a história.' Um dia antes da data combinada, o telefone tocou novamente: - Oi Caio, gostaria de confirmar com você amanhã, ok? Leve 2 mudas de roupa para as gravações e venha sem perfume porque o Seu Sílvio é alérgico. A quarta feira mal amanhecera e eu já estava acordado. Banho tomado, barba feita e roupa passada. O carro da emissora do "Bozo" passou 20 minutos antes do previsto. Sem problemas. Desci e para minha surpresa havia mais alguém no carro além do motorista. Era uma 'colega de trabalho' daqui de São Bernardo também. Ela iria participar pela segunda vez do programa e já me dava uns toques de como era lá. Conversando com o motorista e com ela, me acalmei um pouco. Um pouco. Chegando ao Sistema Brasileiro de Televisão, fomos a um camarim com mais uns 8 participantes. Um belo café da manhã nos esperava e eu, ansioso que só, comia feito louco e me entupia de café. Para meu desespero, o botão da minha calça caiu. Desespero pra quê? Uma senhora simpática que trabalha lá costurou pra mim. Ao mesmo tempo, em que as 'telemoças' e o Roque chegaram. Logo logo o 'patrão' daria as caras também. Muito bem. Depois de um par de horas de espera, vamos lá. Nos colocam crachá, microfone, mandam a gente ir conhecer o estúdio e maquiar. No fundo se ouvem as colegas de trabalho respondendo ás brincadeiras do senhor Abravanel. O show vai começar...

Agora é hora de alegria...

A produtora de palco nos coloca em um camarim em frente ao de Sílvio e do lado do estúdio. "É o camarim que o Gugu usa", nos diz uma produtora. Mais uns minutinhos de espera e eu resolvo ir ao banheiro. Na hora em que estou lavando as mãos, ouço uma voz familiar passando pelos corredores. Aliás, familiar não. Mais que familiar. Uma voz encravada no cérebro de qualquer brasileiro com TV em casa desde 1962. Saio do banheiro e me deparo com aquela figura cumprimentando um a um de nós. É impressionante. É como ver um holograma. Cabelos cuidadosamente pintados, um belo terno e camisa em tom de azul, o microfone chumbado no peito e a voz incofundível perguntando quem nós éramos, sobre o que íamos falar e nos desejando boa sorte. A hora que cumprimentei Silvio Santos, me veio a cabeça as mais remotas lembranças dele. Desde quando era pequeno e assistia ao 'Show de Calouros' na casa de minha bisavó, até as tardes na 'Porta da Esperança', os finais de domingo no 'Topa Tudo Por Dinheiro', da minha vibração no carnaval, do meu nervosismo em seu sequestro enfim, de tudo. Realizei um sonho. Que vibração! Que carisma! Sílvio nos cumprimenta e vamos ao estúdio. Onde ele, antes de entrar no ar, apresenta ao auditório cada um de nós. O mais interessante é como SS conduz o auditório. Um verdadeiro animador e olha que a faixa etária presente era baixa. Em sua maioria jovens de 15 a 25 anos, assistindo a mais um programa de um senhor de 76. Meu nervosismo era nítido e foi comentado por todos. É impressionante o quanto o 'homem do baú', entende de televisão. Ele sabe conduzir o programa o tempo correto para ir ao ar. Um craque! Eu participei de 3 programas, e ganhei um dinheiro. Claro perdi na roleta por falta de sorte, acertei todas as perguntas, mas está valendo.

O fim

Na volta, cumprimentos e lamentações entre os participantes. A produção do programa realiza algumas funções burocráticas e logo os carros estão a nosso dispor. É hora de voltar. É hora de sair do universo do SBT e do universo de peões, roletas, carnês e sorrisos. Fui embora com a nítida impressão de que realizei - repito - um sonho. Conhecer a minha emissora preferida de infância e o meu ídolo máximo na TV e na comunicação.






O Limbo

Eis o LIMBO.


O limbo,
na
Igreja Católica Apostólica Romana, é o lugar para onde vão as almas que, sem terem cometido pecados mortais, estão para sempre privadas da presença de Deus, pois seu pecado original não foi submetido à remissão através do batismo. Vão para o limbo, por exemplo, as almas justas que viveram antes da existência terrena de Jesus Cristo.

O Limbo Criativo, logo é tudo aquilo que não é bem vindo por aí. É todo o escárnio e toda a loucura incompreendida. Um espaço aberto a tudo.

A propósito. O autor do blog não acredita em limbos. Nem Ratzinger acredita mais.