Tenho que fazer justiça aqui. Quando a reprise de "Pantanal" começou, no SBT, escrevi um post extremamente preconceituoso e vazio sobre a novela. O antigo texto foi escrito baseado em impressões que tinha, bem ao estilo "não vi e não gostei". Como não costumo apagar as coisas que escrevo , vou deixar aí para quem quiser ler. Algumas coisas de lá são aproveitáveis.
Quando "Pantanal" passou pela primeira vez, em 1990, eu tinha algo como 5 anos de idade. Não lembro bem da novela. Lembro do grande sucesso que foi. Principalmente entre o pessoal de um pouco mais idade. Meus pais não assistiram a novela. Talvez eram "fiéis" a Rede Globo, vai saber.
Lembro bem de alguns personagens. Três para ser exato. Jove, Juma e José Leôncio. Lembro também que, com o estrondoso sucesso da novela, a Manchete esticou "Pantanal" ao máximo e criou filhotes. Um deles, era um programa chamado "Pantanal - Por de trás das câmeras", que mostrava o making of da novela. Aliás, por onde anda essa jóia da TV? Deve estar apodrecendo no prédio falido da TV Manchete assim como várias outras coisas.
E o último "lembro" da série é que a Globo para combater "Pantanal" lançou uma novela em seu horário com Tarcisio Meira e Christiane Torloni, escrita pelo grande Dias Gomes. Falo de Araponga. Esta sim eu assistia e era bem engraçada. Mas foi um verdadeiro fracasso. Caiu no esquecimento.
Aí a novela de Benedito Ruy Barbosa foi reprisada em 1992 (ignoro essa reprise, não lembro) e na agonia da Manchete em 1999. Nessa reprise é que eu peguei asco da novela. Imagem tosca, mal gravada, mal iluminada e ao certo ponto exploradora da beleza natural da região. Resultado: A reprise nem terminou, a emissora faliu primeiro. Assisti a um ou dois capítulos aleatoriamente e formei (pré) conceito, tanto que nunca via algo demais nela e nem toda essa pompa que fazem em cima dela.
Não via, agora eu vejo.
Com essa reprise do SBT, comecei a assistir e dar mais uma chance a novela. Não mudei meus conceitos em relação a parte técnica. Mas entendo que em 1990 gravar uma novela - ou qualquer obra - em ambiente externo não deva ser fácil. Mas a história, posso afirmar com certeza, é linda.
A saga de José Leôncio é a saga de vários brasileiros por aí. Um homem rico, bom e que só tem perdas em sua vida. Seu pai sumiu no mato. Casou com uma burguesa carioca, que lhe deu um filho e depois sumiu com o mesmo. Quando se reencontram, o filho rejeita o pai. Ele, que sempre amou a mãe de seu filho, a perde em um acidente de avião e por aí vai. Cláudio Marzo interpretou tão bem que parece que ele sofria mesmo. Uma novela impecável. Burra foi a Globo que não quis fazê-la.
A trilha sonora é linda. Os personagens são intensos e fortes. As imagens da natureza, eu não gosto, acho-as desgastadas, mas também tem sua beleza e importância.
"Pantanal" é o brasilzão velho de guerra. É o Brasil que vive, que pulsa, que faz. É o Brasil mais brasileiro possível. Realidade distante talvez, para nós que moramos nas cidades, mas coisas que nossos avós lembram e que continuam acontecendo cada vez mais nos pantanais desse Brasil por aí.
Que sorte tenho em poder assistir a esse clássico da TV.
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