quarta-feira, 28 de maio de 2008

Entro, desengato, ligo,engato,desfreio,acelero,olho o retrovisor cheio de orvalho da madrugada, ligo o rádio que toca sempre as mesmas músicas.
Sinto-me poderoso, super ego, faço parte do 'clube'.
Outrora vem a solidão, o vazio imenso, eu e a máquina que atende os meus comandos. Pra quê o poder?
Olho pro lado. Bem que ela podia estar ali, sorrindo, feliz. Não está. Não tem ninguém.
Chego ao local. freio, retrovisor, marcha ré para acertar, desengato, desligo, engato, saio.
Poder? Nenhum.
Falta ela. Mas tem eu.

terça-feira, 27 de maio de 2008

A cara de São Paulo...

Conversando uma vez com um amigo e falando sobre a nossa querida cidade de São Paulo, tasquei uma pergunta:
- E quem você acha que é a cara da cidade? A pessoa que você olha e já lembra da cidade.
- Adoniran Barbosa
- Sim, eu concordo. Mas e entre os vivos quem você acha?
- Ah, não sei.
- Quer saber quem pra mim é a cara da cidade?
- Quero.
- Paulo Maluf
- Porra, mas o Maluf?

Paulo Maluf tem sua imagem tão colada à São Paulo, que é impossível não lembrar de um sem lembrar do outro também

E você, caro leitor solitário deve estar se fazendo a mesma pergunta. Como pode você achar o ultra queimado e corrupto Paulo Maluf, a cara da cidade de São Paulo.
Eu explico, assim como expliquei para esse amigo.

Noves fora a questão política e isso eu nem discuto porque concordo com a maioria. O Maluf é um dos piores políticos do Brasil, suas obras são incompletas e super faturadas, seu discurso é reacionário e além disso não tem lá muito cuidado com dinheiro público.

Mesmo assim Maluf é a cara de São Paulo. Para o bem ou para o mal. Você não consegue separar Paulo Maluf de São Paulo e São Paulo de Maluf. Você vê aquela figura falando das obras e da cidade e já lembra das avenidas, bairros, metrô e tudo mais.
E o sotaque dele então? Quer coisa mais paulistana que aquele estilo dele arrastado e anasalado de falar?
Não sei explicar bem, mas pra mim o 'Dr. Paulo' é a cara da cidade. Uma cidade conservadora, como ele. Injusta, desigual e que tem uma elite reacionária, assim como ele e que também tem um carisma, um charme uma espécie de tentação, assim como o ex-prefeito.

Paulo Salim Maluf assim como Adoniran, Hebe, Suplicy, Demônios da Garoa e tantos outros está imortalizado - repito! - para o bem ou para o mal, como um símbolo da bela, mas traiçoeira São Paulo.

domingo, 25 de maio de 2008

Obituário

Não poderia deixar de citar aqui, que faleceu neste feriado, o jornalista, escritor e psico-terapeuta Roberto Freire, 81 anos.
Roberto foi um dos jornalistas da gloriosa equipe da admirada Revista Realidade.
De cabeça, lembro aqui de duas matérias dele muito boas. Uma sobre a rotina de um 'Magarefe' (os matadores de bois) e outra acompanhando Roberto Carlos em uma turnê pelo Sul.

'E novamente ele chegou com inspiração...'

Noite de sábado em São Paulo. Dia mundial da curtição. Véspera da Parada Gay e em uma ponte de feriado. Pego o carro e me dirijo ao bairro de Moema. No Citibank Hall (finado Palace), dentro de instantes vai rolar o show de um dos caras mais importantes da música Brasileira. O mestre Jorge Ben (Jor).


Foto do Jorge Ben Novinho, coisa de anos 60 ou 70

Encontro um brother meu na pista. Salve! Salve! Companhia e das boas pra curtir o show. Perto da gente três meninas (das 'cachorras' eu diria) começam a puxar papo com a gente. Papinho sem vergonha, xaveco furado e uma delas diz:

'Espera aí que na hora da 'Gostosa', nós vamos subir no palco'.

Na hora dessa música o senhor Ben Jor costuma chamar algumas moças 'bem distribuídas' fisicamente para dançar no palco.

Eu retruquei na hora:

'Quero ver hein!'

Duvidei, claro.


Meia hora de atraso e a fígura mítica entra no palco com a sua Banda do Zé Pretinho e com a música homônima. Muito boa! E as músicas não param. Uma atrás da outra. Jorge, está com 66 anos, mas aparenta bem menos. É muito pique, alto astral, algo mais e alegria.

E os clássicos vão se intensificando: 'Errare Human Est', 'Que Pena', 'O Telefone tocou novamente' , 'Magnólia', 'Oba lá lá' etc...

Aí vem o prímeiro ápice da noite. País Tropical, o êxtase.

Por enquanto é Jorge Ben, mas também o Ben Jor está chegando com (1989 em diante), 'W/Brasil',' Alcohol' e as novas 'O Astro' e a péssima 'EMO'.

Eu e um amigo brincávamos, quando tocavam as músicas mais recentes que a gente não curtia:

'É Ben Jor, releva!'

E é com Ben Jor na área que ele manda 'Gostosa' e lá estavam umas 20 meninas. Entre elas, nossas amigas. Mandando beijos e cumprimentos. Mr. Jorge, claro, aproveitando o embalo.


Jorge Ben 'volta' e os clássicos não param. Todos que você possa imaginar, menos 'Mas que Nada', Os Alquimistas', 'Bebete Vãobora' e 'Chove Chuva'.

O final é apoteótico: Ao som de 'Taj Mahal', pout pourri da escolas de samba e um repeteco de País Tropical.

3 horas se passaram e pareceram 10 minutos. Ficava ali até o dia amanhecer e com uma conclusão: Sendo Jorge Ben ou Ben Jor, o cara é foda! É mestre! É um dos melhores! Taí um show que voltarei a ver.

Ele só ficou 'me devendo' quatro músicas que eu piro: 'Por causa de você', 'Morre o burro, fica o homem', Oba, lá vem ela' e 'Minha teimosia'.

Não tem importância. Como diz um clássico dele: 'E novamente ele chegou com inspiração...'


O show acabou e ao sair encontramos as três meninas eu olhei pra elas e disse:

'Olha só, subiram mesmo hein!"

Uma delas:

'Não falei?'


Sempre as mesmas piadas
Sempre os mesmos assuntos
Sempre as mesmas gírias
Sempre o mesmo mundo

Sempre os mesmos erros
Sempre as mesmas decepções
Sempre as mesmas mentiras
Sempre a mesma falsa alegria.

As perguntas que eu faço são: Vocês não evoluem, não?
Até quando essa lenga-lenga?

Esse papinho já deu no saco. Eu é que não perco mais tempo, não!

sexta-feira, 23 de maio de 2008

O estilo de vida que eu gostaria de ter

Finalmente depois de muitos dias de atraso a 'Caros Amigos' lançou a tão prometida edição especial em homenagem ao seu criador, o grande jornalista Sérgio de Souza, falecido em 25 de março de 2008.

Demorou, mas valeu a pena. Edição perfeita. Uma verdadeira homenagem à altura de um jornalista desses 'com J maiúsculo'. Tanto no caráter quanto no talento para a coisa.
A edição é recheada de fotos, textos biográficos, muita pesquisa e depoimentos de amigos de diversas gerações e de diferentes idades.


Lendo essa revista vi um jornalista cuja as maiores intenções eram a ética, o bom jornalismo e - uma coisa importantíssima pra mim - a qualidade de vida. Não se deixava escravizar por trabalho nenhum, por empresa nenhuma.

Em 1968, a Editora Abril resolveu intervir pra valer em 'Realidade'. E o que fizeram Sérgio e a maioria de seus colegas? Largaram o emprego de bons salários e mordomias para montar uma revista alternativa.
Sérgio passou a maioria dos anos 70 montando jornais alternativos por aí. Quando um quebrava, ele montava outro. Sem dinheiro nenhum, mas com ousadia, criatividade e talento.

Saía de empregos muito bem remunerados em troca de sua decência e caráter e sempre, depois de uma reunião com amigos em um bar qualquer já tinha uma idéia nova de jornal ou revista. Cultivou essa vida 'mambembe', mas muito própria, até os últimos dias. Tanto que, um pouco antes de sua morte, chegou a redação da 'Caros Amigos', com a idéia de um jornal policial semanal chamado B.O. O projeto claro, não chegou sequer a ser colocado no papel.

Essa figura teve o estilo de vida que eu gostaria de ter. Talentoso, foda, ousado e nem um pouco apegado a dinheiro, trabalhos medíocres etc. Queria ter um pouquinho dessas coisas. Mas por enquanto não posso jogar tudo pro ar. Infelizmente.

OBS: Quem quiser saber mais sobre o Sérgio de Souza, pode ler 2 posts dele que tem no arquivo do blog.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O blog

Alguém lê o que eu escrevo?

Confesso que acho o blog fraco e aquém do necessário. Ele dificilmente tem bons textos e boa argumentação. Sinto que posso melhorá-lo. Talvez eu seja muito exigente comigo mesmo.
Mas acredite, já tive blogs bem piores em que ficava apenas me lamentando de amores não correspondidos.

Acho que preciso aprofundar meus conhecimentos teóricos (ou seja, ler mais, para escrever melhor) e vivenciar mais coisas (para ter o que contar). Repito: Talvez eu seja muito exigente comigo mesmo.

Escrevo no blog de noite, que é o horário que eu mais gosto e também o único que tenho disponibilidade de tempo. Durante o dia eu vejo e vivencio muitas situações que dão um bom texto aqui. Na hora, eu paro e penso: 'Isso dá um post'.
Mas com a correria acabo esquecendo ou me lembrando quase pouco das coisas. Vou começar a anotar.

Mas e aí? Alguém lê o blog?

A rotina

Tudo é rotina e isso é muito chato.
Sentar, levantar, acordar, dormir, beber, comer, andar, trabalhar, descansar, viver e morrer.
Os mesmos caminhos, as mesmas pessoas, os mesmos assuntos, os mesmos defeitos, a mesma beleza e a mesma feiúra.
Afinal, como diria o poeta: "A mesma porta sem trinco e a mesma lua a furar nosso zinco".

Aliás, vou me retificar. Nem tudo é rotina. O que a gente faz, mesmo que repetidamente, com prazer não é rotina, é bom! Rotina, no sentido de ser algo enfadonho, é aquilo que a gente faz sem querer ou sem muita vontade. Vai dizer que você nunca parou e pensou. 'O que estou fazendo aqui?' ou 'Por que estou fazendo isso?'

O difícil é arrumar um meio termo. Vá lá! Tem gente que gosta de fazer sempre as mesmas coisas. Eu não. Isso me mata.

Rotina é uma chatice ou eu é que sou um chato?

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Vacina contra gripe

Hoje tomei a vacina contra a gripe. Tô me sentindo um velho ancião, afinal na propaganda do governo o público alvo é a 3 idade.
Como diria no nosso jargão, os 'colegas'...

Espero que sirva pra alguma coisa, pelo menos!

domingo, 18 de maio de 2008

Eu não tenho a honra de ter uma pessoa como ela
Eu não tenho mais a convivência ao lado dela
Eu conto as horas para chegar o dia de vê-la
Eu conto os minutos que faltam para o dia dela

Tudo valeu a pena. Mas podia ter valido mais.
Olho para os lados e nada.
Para a frente e...nada!
Um clima silencioso de transformação. Só não sei em quê.
Talvez nada mude.

Uma música calma, uma noite tranquila e eu fingindo que estou calmo.
Nada parece acontecer, ou acontece bem lentamente.
Nada ao redor parece ajudar a este pobre cidadão que escreve.
Vazio imenso.
Aflição.

Ligo a TV, leio um livro, abro a geladeira, ouço música e...
Nada!
Nada se modifica.
Vou continuar assim.

Tenho vontade de pegar e sair por aí.
Ver pessoas, luzes e a noite.
Mas nada disso vai me adiantar.
Porque em cada esquina não vou achar quem eu quero.
Não me resta nada a não ser esperar por dias melhores.

A quantidade de 'Nada' que tem nesse texto é muito grande. Também pudera! O texto é para Nada mesmo...

sábado, 17 de maio de 2008

'Quando fui ferido...'



Guilherme Arantes, no Globo de Ouro em 1976 cantando 'Meu Mundo e Nada Mais'. Seu primeiro sucesso e tema de Rodrigo (José Wilker) em 'Anjo Mau'. Música muito, mas muito foda. Letra perfeita, que nunca fica velha. É anos 70 nacional puro.

A pátria do Zé!

Estava lendo um texto agora que contava uma história sobre um brasileiro comum. Um brasileiro sem cultura e sem perspectiva de nada. O nome dele: José
Outro dia, na TV também retrataram o povão com esse nome: José
José, também dá o nome á expressão Zé Povinho, que significa gente chula, ralé, 'gentinha'.
Mas por quê José??

José é o nome do pai de Jesus (o pai terreno, religiosos de plantão!).
É também um dos nomes mais comuns do Brasil.
Mas não é que por ser comum tem que ser estigmatizado.
Já tivemos pessoas importantes com esse nome.
Presidentes como o José Sarney (e se depender de alguns, teremos outro José, o Serra, outros preferiam o José Dirceu, uma turma não quer nenhum José)
Escritores como José Saramago, José Lins do Rego, José Alencar.
E por falar em Alencar, o vice-presidente é um José também.
E aquele poema então? 'E agora José?'
E agora? Agora temos os nomes compostos dos Josés.
José Roberto, José Carlos, José Reinaldo.
O Brasil é uma imensa pátria de Josés.
De Josés e de Marias, os Joãos correm por fora!
Aliás, de Josés não, de Zé.
Quando se fala em Zé, se fala em povo brasileiro caricato. Zé Lelé, Zé Trindade e tem aquele cantor cafona também: José Augusto.
O Zé é coisa nossa!
Em momentos de solidão eu me apego ao que me resta de você.
Qualquer coisinha tola que ainda restou em mim.
Seja sua alegria ou sua tristeza.
Um raio de luz ou um eco da sua voz.

Aí eu pego, me vejo e noto que posso ser o mais onipotente
Mas ao mesmo tempo sou um nada sozinho, um ser incompleto.

Descendo a Consolação...

Não existe nada mais prazeroso do que dirigir. E dirigir sozinho, a noite, na Rua da Consolação e na Paulista é mais prazeroso ainda.


Sou tarado na Rua da Consolação. Não sei porquê. Acho que pela sua história e pela geografia. Era lá que ficava o Teatro Record, onde foram produzidos os grandes festivais de música, também foi nas redondezas que o movimento estudantil de 1968 explodiu. Além disso, ela liga o meu querido Centrão à minha idolatrada Avenida Paulista. Um privilégio.

E hoje, ao sair do trabalho (que fica na Angélica, paralela a Consolação) decidi realizar um velho sonho. Queimei gasolina e desci, pra depois subir a Consolação. Coisa louca. Aliás coisa de quem é louco. Mas aquela descidona (ou subidona) me fascina.

Ah, tá bom, existem coisas mais prazerosas que dirigir, vai! Rs...

O amor da novela

A música 'Same Mistake' cantada por James Blunt é tema romântico de Marconi Ferraço (Dalton Vigh) e Maria Paula (Marjorie Estiano) na novela global 'Duas Caras'. Essa música é muito bonita. Tanto a melodia quanto a letra.

Aliás, bonito também é o amor de Ferraço e Maria Paula. É o tipo de amor que eu gosto, por achar mais emocionante. Quem acompanha a novela sabe que existem entre eles um puta clima de coisa mal resolvida no passado. E coisa mal resolvida, se sabe como é. De vez em quando volta para nos atormentar, ou melhor, para nos lembrar que temos que resolvê-la.
Maria Paula gostava de Ferraço que casou com ela para dar o golpe, agora Ferraço gosta realmente dela e ela...também gosta. Mas reluta, reluta. Reluta, mas é nítido.
Isso dá um gostinho a mais na relação, o negócio é tomar cuidado pra não 'esticar' muito a corda e perder a pessoa.

Talvez seja um pouco masoquista de minha parte, mas eu gosto desses climas, desde que no final tudo termine entre beijos, risos e susurros.
Nem sempre termina.
Todo mundo teve, tem ou terá um Ferraço ou Maria Paula na vida.

sábado, 10 de maio de 2008

Dilma 1 X Oposição 0

Ministra da Casa Civil vai o Senado e se sai bem no interrogatório com a oposição

Dilma foi ao Senado e deu um baile em Agripino Maia e em seu discurso deselegente, grosseiro e conservador. Será que o ilustre senador do DEM lembrou seus tempos de Arena??
A ministra se saiu bem, mas longe de isso significar algo para 2010.


quinta-feira, 8 de maio de 2008

É sempre assim

A gente acorda de um porre emocional e nota quanto tempo desperdicamos por pessoas e coisas que não valem lá muito a pena. Não me arrependo mais disso. Aprendi que tudo tem algum sentido na vida.
Mas devo confessar que algumas coisas que eram interessantíssimas pra mim estão se tornando demasiada e gradativamente desinteressantes.

O candidato de si mesmo

Geraldo Alckmin não tem apoio nem de seu próprio partido e se ancora nas pesquisas de opinião para se manter candidato a prefeito de SP. É um questão de sobrevivência política, mas ele não precisava disso.

Prefeito de Pindamonhagaba, Deputado federal, vice-governador, governador por 2 mandatos e candidato a Presidente da República, Geraldo Alckmin (PSDB) tem um currículo de fazer inveja a qualquer político. Quando governador, herdou o governo de Mário Covas e se reelegeu em 2002 com a imagem de bom gestor e empreendedor. Saiu candidato a presidente em 2006, (onde foi surrado por Lula, tendo o vexame inclusive, de ter menos votos no 2 turno do que no 1) também com esta fama.

Gostando-se ou não dele, é de se admitir que Geraldo é um político competente e fez um governo, na medida do possível, bom e a aprovado pela população. Por isso, é de se estranhar que queira de qualquer maneira ser candidato a prefeito esse ano.

Colocando em pratos limpos: Aécio Neves e José Serra são os responsáveis por essa parafernália toda. Ambos são loucos para serem candidatos a Presidente em 2010 e, como apenas um pode ser, travam uma bataha dentro do PSDB e tentam federalizar 2008. Geraldo, depois de ser humilhado em 2006, luta para não cair no ostracismo político e por isso pleiteia a vaga.

Serra infla Kassab (DEM), seu substituto na prefeitura. Consegue para ele apoios fortes como o de Quércia e também o do PR. Joga a maioria dos vereadores tucanos no colo do atual prefeito e desidrata cada vez mais Geraldo Alckmin. Aécio, por sua vez, interessado em demonstrar força, uniu em BH quase todas as forças políticas e em São Paulo incentiva Alckmin a ser candidato. Mesmo que pra isso, ele lute contra tudo e todos.

Alckmin, tem fortes chances de se eleger governador novamente em 2010 e então porque se mantém nessa briga? Não se sabe. Alckmin e Kassab agem como marionetes de Serra e Aécio.

Mas o que eu gostaria de comentar aqui é que o ex governador presta a um papel humilhante e desagregador mais uma vez. Em 2006, foi candidato a presidente na marra. Perdeu feio. Esse ano será candidato a prefeito, talvez. É líder nas pesquisas. Pode até ganhar, mas não terá sequer seu partido do lado e nenhuma aliança política forte.

Geraldo Alckmin não precisava disso. É um político hábil, competente e decente. Se ganhar, volta a cena política e derrota Serra. Se perder, cairá de vez no ostracismo.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O Zé

O sonho do Zé é ser bacana.
Ele guia sua motocicleta nos becos da periferia sempre sonhando com o dia em que vai ser importante.
E apresenta projetos que nunca são aprovados e vive uma fantasia que não engana ninguém.
Tem uma namorada de troecentos anos que não lhe é nem um pouco fiel.
Ele também não é com ela. Logo, empatam.
Faz uma faculdade, mesmo com o passar da idade e só a faz para não ficar para trás.
Zézinho quer ser um homem formado, mas só se atrasa. Só comete erros.
É um banana. Como vários por aí.
Tenho dó dele. Dó por nada dar certo e por estar rodeado de encrencas à sua volta.
Pobre Zé. Não sou eu que vou salvá-lo.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Aroma matinal

Hoje no caminho para a labuta diária fitei uma moça bem atraente. Alva, cabelos castanhos-claro, olhos esverdeados, bem maquiada, bonita e sem alianças e anéis de compromisso no dedo (isso é importante, mostra independência, mesmo que namore). Lembrava vagamente a Aline Moraes.
Eu e ela estávamos de pé, lado a lado. O ônibus pára, desembarca uma senhora e o lugar na nossa frente fica vago. Eu estava mais perto do confortável encosto do que a moça. Cavalheiramente até pensei em ceder o lugar, não o fiz. No balanço do ônibus fui 'empurrado' pra sentar lá e a moça ficou de pé ao meu lado. Peguei a bolsa que ela levava, carreguei-a no colo e a moça estava lá do meu lado. De repente começo a notar, ou melhor, sentir, um péssimo hálito. Era dela. Decepcionante. Tudo bem. Eu entendo que de manhã as coisas são complicadas, não há tempo às vezes, ou ela tinha algum problema, mas isso foi constrangedor, porque não fui só eu que notei.
Moral da história: Todos tem defeitos, basta termos o senso crítico de analisar os defeitos e as qualidades e de preferência exaltarmos as qualidade.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Ele sorria e era um riso franco e puro, mas para um filme de terror.
O seu olhar era sério e falso. Tão falso que todos acreditavam por piedade.
Ele deu o golpe de sua vida e a vida deu o golpe do destino nele.
Vendendo ilusão, prometendo bondades e entregando maldades.
Assim era o nosso personagem. Inescrupuloso e mau-caráter
Puxa sacos davam vivas! Honestos queriam o destruir, mas ele era imbatível.

Até que cai numa cilada feminina. Sempre elas, no caminho de um homem.
Sua fama balançou, seu ímpeto enfraqueceu e ele então se entregou.
O sorriso era realmente puro. O olhar verdadeiro e decente.
Ficou amável, ético e boa gente.
Pena que era tarde demais...
O nosso personagem entrou em parafuso e não sabia mais quem era, o que queria e pior: Quem queria.
Não sabia mais quem o temia, quem o vigiava...
O seu final? É a morte como o de qualquer outra pessoa.