quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A ordem é...

A ordem é botar o bloco na rua
A ordem é desbaratinar
A ordem é te esquecer
A ordem é aproveitar cada segundo
A ordem é ver que o tempo voa
A ordem é cantar, pular, suar e enriquecer
A ordem é ter um milhão de amigos
A ordem é beber, comer e conversar
A ordem é isso aí.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Criação do Limbo

Ele era uma pessoa que sonhava. Sonhava com um mundo melhor, com pessoas melhores, com uita saúde, com amizades boas e verdadeiras e um grande amor.
Melancólico, ele se derrubava ao ouvir velhos hinos de gerações passadas, assistir a programas de TV que diziam o contrário do que ele pensava e achava bonito tomar todas, cair na cama e dormir. Sonhar com a melhora em sua vida.

O problema é que ele não fazia nada para melhorar. Vivia em seu mundo, cada vez menor e mais encurralado. Oh! Pobre homem! O que será dele enquanto ele se recusar a aprender inglês?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Saiu de cena

O mito, a farsa, o ídolo e o vilão: Um dos últimos resquícios da Guerra Fria dá adeus ao poder

Acredite. Este dia entrou para a história. E todos nós o testemunhamos.
Fidel Castro, o revolucionário que tomou o poder de Cuba, em 1959 governou com mãos de ferro a ilha até adoecer em 2006 e renunciar essa semana.
O presidente - ditador promoveu seu comunismo subsidiado pela finada União Soviética e sempre estave em rota de choque com os Estados Unidos. Transformou Cuba em exemplo de saúde e educação, em paraíso da esquerda e a imagem do fracasso esquerdista para a direita. Fidel sai do poder, mas não o seu estilo. Assume Raúl Castro, seu irmão, e tudo indica que as coisas continuarão a ser como antes. Fidel Castro começa a sair de cena e entrar para os livros de história.

Joga uma água no rosto

Sai de casa e vê

Que nada é do jeito que imagina

Que tudo é bem mais cruel e fascinante


Abre o guarda chuva

Começou a chover

E você não está na sua casa

Para se proteger


Peça informação

E ouça um “Não”

Se acostume com isso

Você vai ouvir muito


Vá para o canto chorar

Mas cuidado para ninguém te notar

Papai e mamãe

Não estarão lá para te consolar


E tome ciência que você é um número

Só isso

Não vão ligar e nem se importar

Com seu choro ressentido


Você vai parecer um animal acuado

No fundo você é.

E daí?

Você não tem mais proteção


Veja a morte

Encare-a

Vai ver que pode vencer

E com certeza irá se fortalecer


sábado, 16 de fevereiro de 2008

Semaninha chata esta que passou. Cruzes!
Vejo no início do domingo, o nascimento de uma boa semana. A melhor de todas.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O velório

Não deveria haver velório. Pelo menos não como evento social, daqueles que a gente é empurrado a ir. É muito chato e ruim para todos. Para a família, que tem que ficar horas e horas num velório, ás vezes sozinha, fazendo companhia pro finado, muitas vezes sem trocar de roupa, tomar banho e comer. Para as pessoas que vão no velório, pois a maioria não queria esta ali. Chora, finge emoção, finge rezar e ao sair de lá, já comenta sobre a roupa de 'fulano' ou como 'beltrana' está acabada. Claro há os papa-velórios que vão sempre em todos possíveis.
E por último, mas não menos importante,é ruim pro pobre do falecido também. Afinal, seu corpo não consegue ir para o descanso eterno sem antes passar por uma saraivada de chororôs, pedidos de perdão e declarações vagas de amor.

Nos Estados Unidos, o velório dura até mais que no Brasil, mas lá acontece o seguinte: Deu uma determinada hora, a família vai embora, tranca o velório e só volta depois para o enterro. Eu até entendo a obrigatoriedade dele durar tanto, é por questão de tradição e também por uma questão médica, a catalepsia (doença que a pessoa 'morre' por 24 horas).

Eu não gosto de velório. Principalmente o de pessoas muito próximas. Gosto de guardar uma imagem boa da pessoa comigo. A imagem dela saudável e feliz. É bem melhor.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Por que o Luiz Caldas sumiu??



Aí está um fato engraçado. Nos anos 80, o Luiz Caldas foi um dos maiores nomes e criadores do axé como ritmo próprio e comercial. Claro, que ele não inventou o axé, pra descobrir o surgimento dele, nós teríamos que voltar a Caetano e Gil, a Dodô, Armadinho e Osmar e até aos atabaques africanos do Candomblé. Mas foi a partir da geração do Luiz Caldas que o axé se tornou um ritmo, se criaram os trios elétricos, o carnaval baiano como negocio lucrativo e a proliferação de grupos e cantores. O trio que marca essa primeira geração do axé é: Luiz Caldas, a cantora Sarajane e o grupo Chiclete com Banana. Todos faziam o mesmo estilo de música. Sarajane foi engolida e esquecida por ter pouco talento e suas músicas serem bem pouco originais(seu grande sucesso foi a medíocre 'Abre a Rodinha').
O Chiclete com Banana é caso raro, está aí até hoje e cada vez mais em alta. Se mantém como um grande grupo de axé há mais de 20 anos, enchendo seus cofres cada vez mais com a grana de micaretas e carnavais por aí.
Mas e o Luiz Caldas? Por que sumiu?
Talento( para o axé) ele tem. Sucesso ele fez. Teve até música tema de abertura de novela das 20h da Globo ('Tieta').
Não sei, sinceramente o que aconteceu com ele. Talvez ele não tenha se adequado e se modernizado para os tempos atuais. Ou outros motivos quaisquer.
Sei que toda vez que vejo o carnaval soteropolitano, sinto falta dele. Uma figura essencial no carnaval baiano.

O vídeo que postei aí é do clipe da música 'Fricote'. Notem a música, o gingado, a letra e as imagens. Isso é axé puro. É carnaval da Bahia puro. É Brasil puro! Tanto grupo de axé medíocre por aí e não teria espaço para um dos percursores disso tudo?
Confesso que hoje não foi um bom dia. Não sei se são coisas da idade, mas nesses últimos tempos ando lembrando de fatos que há muito não lembrava e que não tem importância nenhuma. Hoje bateu novamente o peso da idade chegando e eu meio perdidão. Uma voz misteriosa me tentanto ao fracasso e a desistência. Jamais!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Que falta eu sinto de um bem...

Pois é. Sabe aquela música do Gil, "Eu só quero um xodó"?
É bem por aí.

Tô sentindo falta de alguém. Alguém com quem me preocupar e que se preocupe comigo. Alguém para me ligar a toda hora e mesmo que não esteja bem, eu responda que estou, só para não deixá-la triste. Alguém para que eu possa confessar meus segredos mais idiotas e para conversar de tudo um pouco. Alguém que, com apenas um olhar, já altera meu humor me trazendo a felicidade. Um alguém que seja leal, sincero, enfim, que seja minha companheira pra tudo.
Tô sentindo falta de alguém que me ame. Que fique feliz em me ver e que eu fique mais ainda em vê-la. Tô sentindo falta de ser importante pra alguém. Tô sentindo falta de ter alguém para badalar e também para ficar bem quietinho sentindo a paz no sorriso dessa pessoa. Tô sentindo falta é de um dengo, de um xodó.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

O fascínio da noite

Ele voltava do bar e andava desconfiado pelas ruas. Sempre o fora. São quatro horas da manhã, as ruas estão tranquilas e os ônibus começam a reiniciar o tráfego. Pouquíssimos carros e o dele era um desses. Como a rua é linda nesse horário e com essas doses de Whisky, parece que foi fabricada pra ele, para seu único e exclusivo deleite. As luzes, os semáforos e todas as casas e prédios apagados dão uma ar maior de beleza. E a noite então? Nem se fala. Ele adora. Observa aquele céu escuro e sente a brisa gostosa da madrugada. A brisa que nos inspira, que nos acalma e conforta.
Ele chega em casa. Luzes apagadas e todos dormindo.
Ele pára e pensa, como as pessoas não aproveitam essa solidão, essa inspiração e essa beleza escondida da noite.
É, não iria adiantar. Elas nunca entenderiam o fascínio da noite.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Recomendo a todos aqueles que gostam de ver e analisar as coisas do jornalismo por um outro ângulo, a leitura da série de textos que o jornalista Luís Nassif está escrevendo em seu blog sobre a revista "Veja". Leia, compreenda e tire suas conclusões. Sejam quais for.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Os tais cartões corporativos

Eis aqui o motivo da mais nova polêmica


Nesses dias pré, durante e pós carnaval tem se ouvido muito falar sobre o uso dos cartões corporativos do Governo Federal. Estes cartões foram criados em 2001 por FHC com o intuito de substituir o talão de cheque (que era a forma de pagamento utilizada), e também de um maior controle e transparência dos gastos públicos. Os cartões são distribuídos para pessoas chave do governo como ministros e outras autoridades, que podem usá-lo para fins profissionais. Todos os gastos têm que ser justificados e - se for o caso - um reembolso é pedido por parte do governo.

O Problema

O Governo Lula tem alguns ministérios 'estranhos' (para ser sutil) aos olhos do grande público e que podem passar uma certa inoperância e mero cabide de empregos. A mais nova polêmica se deu quando descobriram que a ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, havia utilizado junto com assessores o cartão corporativo de forma não muito profissional, digamos. Gastos com bares, restaurantes e outras coisas chamaram a atenção para a farra. A ministra, com toda a razão, caiu e com a mesma velocidade que ela perdeu o emprego começou, pela imprensa e pela oposição, uma varredura nos gastos do governo com seus cartões. Gastos esses feitos com dinheiro público.

Ministra exonerada: "Foi preconceito"

A ministra Matilde em sua carta de demissão declarou que sofreu 'muito preconceito' das pessoas e que essa teria sido uma das razões de sua queda. Ora, ministra! Francamente! AO invés de se apegar a clichês que não condizem com a verdade, porque não usa o espaço para explicar os gastos exagerados e também suas ações no ministério? Ações essas que poucas pessoas sabem.

A CPI

Nós temos uma péssima oposição. Uma oposição udenista que não se conforme em estar fora do poder e não aceita a eleição e a reeleição de Lula. Nossa oposição é hipócrita e só quer azucrinar (e quicá derrubar) o governo. O que ela propôs? Uma CPI, é claro. O governo, esperto, resolveu assumir as rédeas da CPI e decidiu criá-la só que com um porém. Investigaria os gastos da gestão FHC também. É o sujo querendo jogar o mal lavado na briga.

A Imprensa

A coluna de apoio de tucanos e 'demos' chama-se imprensa. A grande imprensa. A mesma que na época do 'Mensalão' criou factóides como dinheiro de Cuba na campanha de Lula e outras palhaçadas irresponsáveis. Diariamente os jornais, revistas e sites, bombardeam nossos olhos com mais cartões e gastos. É claro e evidente que o DEVER da imprensa é noticiar, fiscalizar, mas um mínimo de isenção é necessária. E algumas figuras da imprensa não o tem.

A Hipocrisia da Oposição

Esse papo de investigar os gastos dos cartões corporativos não é coisa recente. Desde a época da primeira crise do atual governo que se fala nisso. Só se falava, mas nenhuma ação. Agora, pelo jeito, vão agir. O que é hipócrita na verdade é o fato da oposição desconfiar do mal gasto dos cartões e mesmo assim empurrar a investigação para quando lhe convir. Isso tem nome. É politicagem. E mais: Por que não investiguemos também os cartões corporativos estaduais? Vamos passar esse país a limpo!

O Governo trapalhão agora vai aguentar a CPI

Quando Lula assumiu, em 2003 ele disse: "Nós não podemos errar e ainda menos na política"
Pois é. É o que o governo dele mais faz. Errar na política.
Cartão corporativo serve para gastos estratégicos, como segurança, translado e outras coisas importantes e que toda a corporação necessita. Mais uma vez alguns ' companheiros' de Lula não entenderam o recado e gastaram com bares, chopes, mesa de sinuca, tapioca...
Assim não dá! Que sejam exonerados todos os que gastaram de forma irresponsável e, não só demitidos, mas que devolvam o dinheiro gasto. Agora o governo vai aguentar uma CPI, uma agenda negativa. Isso pode ser bom ou ruim. Bom pela transparência e ruim pois pode afetar nossa economia. Já dizia o ex senador Jorge "Herr" Bornhausen (DEM-SC): "CPI a gente sabe como começa mas não sabe como termina"
Transparência, meus caros é essencial em todos os aspectos da vida. Ainda mais quando o dinheiro não é seu e sim dos outros.

O que é isso?



Dias desses ao baixar músicas para minha mãe descobri essa figura aí.
Isso se chama Patrick Hernandez, um cantor francês, cujo único sucesso é este aí de cima. "Born to Be Alive" (1979), foi febre em diversos países nas discothéques. E o que esse cara tem de interessante pra estar aqui? Bem, além da música ser de gosto duvidoso, o clipe ser extremamente brega, notem o cabelo dele. Será que ele comprou a peruca no mesmo lugar do CAUBY PEIXOTO?

Caramba! Relendo o post abaixo eu pareci mal humorado, crítico demais e até meio rancoroso e você deve pensar que foi a quarta-feira de cinzas que me fez isso. Não, não foi.
Foram outras coisas muito mais cinzas que qualquer quarta-feira.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Um telespectador do carnaval

Mais um carnaval está chegando ao fim. Mais cinco ou seis dias de folia, de curtição e tudo mais se acaba ao chegar da quarta de cinzas. Dizem que agora o ano vai começar. Pensando bem, agora não. Só dia 11, na segunda-feira. Essa semana ainda é ressaca. Ressaca pior é acompanhar as belas transmissões carnavalescas das televisões e a cobertura dos jornais sobre a 'maior festa do planeta'. Chegamos as conclusões:

****

ABC

Olha, eu nem gosto muito de falar dos desfiles da região pra não soar depreciativo. Não fui a nenhum deles, mas o de São Bernardo é perto de casa, então, meio que deu pra sentir como foi. O das outras cidades eu li pelo jornal mesmo e posso dizer uma coisa: Foi a mesma coisa aquém e pobre de todos os anos. Claro que a culpa não é das escolas de samba que com certeza devem dar o máximo de si para o desfile ser ótimo. A culpa é da falta de grana mesmo. Sejam as prefeituras que cortam a cada ano a verba da cultura ou falta de patrocinadores. Os desfiles da região atraem cada vez menos público qualificado e arrastam legiões de arruaceiros transformando o carnaval em algo aventureiro e perigoso. Como sempre, deixou a desejar.

SÃO PAULO

O carnaval paulistano a cada ano que passa fica mais bonito, atraente e com público cada vez maior. Mas confesso que não me atrai muito. Sabe porquê?
Não consigo me identificar com os desfiles de São Paulo. As escolas têm que saber que o samba paulistano é diferente do samba carioca. O samba de SP é mais melancólico e choroso. Já os sambas e tudo mais que a gente vê no Anhembi é inspirado no carnaval carioca. Parece uma cópia. Uma cópia boa, mas sempre cópia.

RIO DE JANEIRO

Eis a indústria do carnaval. Eis a fábrica-modelo do carnaval mundial. A festa carioca é produzida com muito luxo, muito dinheiro e muitas celebridades. É produzida para gringos , para a burguesia local e para a televisão. É impressionante como a Globo muda sua programação por causa do desfile carioca. A novela na segunda TERMINOU às 20h30!!
O desfile em si foi dos bons. Salve, salve Grazi, Natália Guimarães e outras beldades!

SALVADOR

É o mais do mesmo. Os mesmos grupos, as mesmas cantoras, a mesma velha guarda que quer porque quer se entrosar com a nova geração, a mesma segregação social, as mesmas ocorrências policiais de sempre, as mesmas cantoras querendo ser sex - symbols e a grande 'novidade' do carnaval. Cláudia Leitte saiu do Babado Novo.
Aí é que está a falácia. Ela não saiu de coisa alguma. Cláudia apenas extinguiu o nome "Babado Novo". O nome da banda era dela e os integrantes continuarão a ser conjunto de apoio dela em sua carreira solo. É diferente do caso de quando Ivete Sangalo em 1999 saiu da Banda Eva. A Banda continuou e continua até hoje sem Ivete, já o Babado não. Este vai acabar e virar história dos carnavais soteropolitanos.

A COBERTURA DA TV

É de rir. Na Globo, uma narração insossa nos quatro dias. Em São Paulo, Maurício Kubrusly e Leci Brandão estavam animados como feirantes no fim da feira. Kubrusly ainda soltou uma pérola no desifle da 'Vai Vai': O regulamento é 'imexível'(SIC).
Imagina se fosse né?
No carnaval do Rio a 'News Global' Maria Beltrão quaria mostrar que estudou bem a história dos enredos e o carnaval como um todo. Falava muito.

Na RedeTV! tivemos aquilo que eles chamam de 'Bastidores do Carnaval'. Um bando de repórteres implorando por entrevistas nas dispersões e concentrações dos sambódromos. Nem nos camarotes eles tiveram acesso. Triste. E tudo isso aprovado e retificado pelo sorriso, cabelo e smoking impecáveis de Nelson Rubens e uma modelo que não falava apenas ficava do lado de Nelson (OBS: A tal modelo na terça foi substituída pela fenomenal Mônica Apor, que também não falava nada.). OK OK

A Band cobriu o carnaval de Salvador. Portanto, é o mais do mesmo. Declarações de amor dos cantores em cima dos trios para a emissora e todas aquelas coisas de sempre. A Band inovou um pouquinho ao transmitir os bons carnavais de Recife e Olinda. São melhores e mais diversificados que o de Salvador.

***

Ufa! De uma vez só e sem pausas. Eu, sinceramente, espero que em 2009 eu não passe o carnaval na frente da TV. Só se for pra ganhar muito pra isso.


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O Carnaval

Todo ano eu falo a mesma coisa. Eu gosto de carnaval, mas não fico pulando por aí. Eu admiro a festa como um todo. Acho muito legal o carnaval paulistano cada vez mais bonito, adoro o do Rio e seu mega espetáculo e curto os regionais e suas peculiaridades. Aí se inclui: Salvador, Minas, Olinda, Recife, Norte etc. Também gosto muito dos blocos, bailes, marchinhas e tudo mais de tradicional.

Gosto disso tudo mais como espectador do que como folião mesmo. Carnaval é coisa nossa, é Brasil! É cultura nacional! Acho que, como todas as coisas tem falhas. O carnaval seria perfeito se o pessoal não exagerasse tanto e respeitasse seus limites e também se não tivéssemos essa mentalidade tola de que o ano só começa depois dele (mas isso é assunto pra outro post).

Portanto, nada de coisas imbecilóides de anti-carnavalescos que se apegam a clipes, séries e filmes internacionais e ficam bradando por aí que odeiam o carnaval. Cada um na sua.

Crônica de anti-carnaval

Dia sim, dia não, ele toma duas doses de Whisky do bom no fim da noite para relaxar. A primeira dose é 'on the rocks', ou seja, com gelo. Uma vez que a garganta já está amaciada ele manda a segunda dose sem gelo mesmo ('Cowboy'). Aliás essas expressões devem ser coisa de americano, por duas razões. Primeiro, porque na Grã Bretanha só se toma Whisky sem gelo, esse papo de colocar água congelada foi o 'Tio Sam' que inventou. Segundo, porque o destilado sem gelo é chamado de 'Cowboy', ou seja, na cultura americana é o forte, o valentão, o machão. E confessemos: Tomar Whisky sem gelo é pra macho.

Duas doses depois e ele já está mais sensível. Chora com qualquer frase clichê de amor dita em um filme vagabundo da sessão da madrugada na TV, lembra das pessoas que se foram e dos amores que ele luta pra esquecer. Pensa na própria vida e vê que está velho e ainda não plantou uma árvore, não escreveu um livro e nem teve um filho.
Que legado deixará para a humanidade? Ele ainda não sabe, mas sabe que quer deixar. Não quer passar em branco como a maioria passa.

A melancolia se torna mais acentuada com a baixa iluminação da sala de estar. Luzes apagadas, apenas uma luminária acesa e o azul da TV na cara dele. O filme acabou e agora passa o carnaval. Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. O azul da TV é uma porrada em sua cara barbuda. As pessoas se divertindo. Muitas desempregadas, com a conta negativa no banco e tudo mais, mas joguemos os problemas para a quarta de cinzas.

O velho cidadão cansou da melancolia. Ensaia ver outro filme, mas o sono bate. Tenta ler um livro, mas acha que Carnaval não combina com livros.
Vai é dormir. Torcendo para que no dia seguinte não acorde de ressaca e que também passe logo o carnaval.