quarta-feira, 20 de maio de 2009

Oportunismo político

Dilma Roussef saindo do hospital Sírio Libanês nesta quarta-feira; Seu tratamento virou pirotecnia e mal gosto

Dilma Roussef, 62 anos, é a "dama de ferro" do governo Lula. No início era ministra das Minas e Energia, depois em 2005, com a queda de José Dirceu, assumiu o poderoso Ministério da Casa Civil. Na prática é a segunda figura da república. Atrás apenas do próprio presidente da república que decidiu lançá-la candidata à sua sucessão ano que vem. Desde então, Dilma vem sendo super exposta afim de se tornar mais conhecida do eleitorado.

Em abril, a ministra assumiu ter tirado um nódulo da axila esquerda e que passará por tratamento quimioterápico afim de evitar um câncer linfático. As chances de cura são de 90%.

A PÉSSIMA ABORDAGEM DA IMPRENSA

Como provável candidata a presidente e ministra de um governo popular, Dilma é uma pessoa pública e é mais que natural que a população se preocupe em saber há quantas anda a saúde da ministra.

Porém não contentes em noticiar, alguns meios de comunicação começaram a "analisar" sem nenhuma cautela os efeitos da doença de Dilma e suas consequencias nas eleições presidenciais. As hipóteses vão desde afastamento témporário do governo até a loucura do 3o. mandato presidencial, uma vez que com Dilma "não podendo se candidatar" não restaria oura opção.

O que me incomoda é o fato de politizarem o estado de saúde de uma pessoa. Antes de Dilma ser ministra, política, candidata e petista, ela é um ser humano. E como qual deve ser respeitado. É de extremo oportunismo e falta de senso o que acontece ultimamente no Brasil. Tudo acaba tendo um viés político.

Mais uma vez louvo aqui o governador de São Paulo José Serra. Potencial adversário de Dilma em 2010, quando foi questionado sobre as consequencias eleitorais do câncer da ministra, Serra foi enfático. "Acho de mal gosto e desrespeitoso misturarmos eleição com problemas de saúde". Assino embaixo.

A papagaiada do 3. mandato

Lula já disse que não quer, mas a mídia e a oposição continuam batendo na mesma tecla surrada

Com uma crise econômica mundial na antessala do país, a irresponsabilidade de setores formadores de opinião insiste em prosseguir. Não basta a espetacularização da doença da Ministra Dilma e de uma inútil CPI da Petrobras, a maior empresa do país, agora oposição e mídia por algu motivo torpe ressuscitaram um assunto que parecia morto. A mudança nas regras do jogo para permitir um novo mandato para Lula.Isso é pura lorota e só demonstra como as coisas não são levadas a sério nesse país em troca de uma politicagem barata.

O fato é: Lula não quer um terceiro mandato em 2010. Faço minhas as palavras do presidente do IBOPE em entrevista ao grande Ricardo Kotscho: "Elegendo ou não seu sucessor Lula sairá do Planalto nos braços do povo e como um dos maiores presidentes do país ao lado de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. É um mito vivo e não sujaria sua biografia com essa medida casuística".

Basicamente é isso. Esse papo de 3 mandato é falta de assunto. Porque os partidários dessa tese não apresentam projetos alternativos ao país ao invés de ficar nessa retórica pobre? Lula não seria louco de trocar seu prestígio e sua posição na história por uma aventura perigosa. Mesmo que 51% da população apoie a medida e que ele continua sendo o líder nas pesquisas de 2010, o presidente sabe que existe um compromisso maior que ele, partidos e pessoas. A democracia. Lula vai passar, a democracia brasileira esperamos que não.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ela manda na Música Brasileira (e vai mandar mais)

Ivete Sangalo soube transitar do Axé pra outros ritmos sem perder público. Ao contrário ganhou.

Artistas aparecem e desaparecem todos os dias no Brasil e na música não é diferente. Quantos nao são aqueles que fazem sucesso com uma música só? Ou duram apenas uma temporada? Difícil é chegar, manter e aumentar cada vez mais seu público e sucesso. E misturando beleza, simpatia, talento e boa imagem, Ivete Sangalo é a única nos dias de hoje que consegue tudo isso.

Lembro da Ivete ainda na "Banda Eva" no cada vez mais longínquo anos 90. Acho que 1994,1995 com "Alô Paixão", naquela época de estiagem no axé. O período entre a 1 fase (anos 80) e a segunda (A partir de 1996) foi marcado pela quase morte do gênero. A única grande revelação fora Daniela Mercury em 1992.

Ivete Sangalo e sua "Banda Eva" vieram explodir mesmo no rastro do foguete axézeiro que rasgou o país e contagiou todo mundo em 1997, com um CD "ao vivo". Eu tinha 12 anos na época e fiz minha mãe comprar o álbum (que infelizmente se perdeu com o tempo), cheio de hits. Um dos mais vendidos da época. Dele saiu a minha música preferida dela até hoje, "Vem Meu Amor". Sem explicação lógica, mas eu amo essa canção.

Vendo que o axé cairia e sentindo a necessidade de expandir seu público e sobreviver artisticamente nossa musa se lança em carreira solo em 2000. Sempre mesclando axé com ritmos como MPB e samba. E daí subiu rumo ao olimpo e a elite da decadente da MPB.

Porque ela é o maior nome atualmente da música

Vamos deixar de lado a história musical dela que é sabida de todo e tentar analisar o porquê que ela é a grande estrela do nosso show biz. É simples: Ivete rompeu fronteiras musicais. Ela toca na casa do axeezeiro, do sambista e do intelectual. Tem carisma. É simpática. Aparece com frequencia nas maiores emissoras do Brasil. É boa de marketing.

E em um país musicalmente falando em que os medalhões não inovam e o Rei se acomodou no trono. Ivete inova e comanda a massa.Anotem: Ela é o maior nome feminino da música brasileira e continuará sendo. A vejo como uma diva no futuro. Algo como Bethânia, Gal e Ângela Maria são hoje.

E se você acha que eu estou exagerando reflita: Vai dizer que você escapou do furacão Axé nos anos 1990? Não ouviu nem que seja uma vez "Beleza Rara"? Não pulou o penta ao som de "Festa"? E não se emocionou com "Se eu Não te Amasse Tanto Assim"??

Não? Então, você não estava no Brasil nos últimos 13 anos. Afinal entre Tchans, Netinhos, Bandas Mel, Boquinha da Garrafa e tantos outras coisas ela sobreviveu e está aí. Um viva a estrela!

PS: Dedico esse texto para a Nadjara. Uma das maiores fãs da "Veveta" que eu conheço. Eu nunca tinha escrito e nem dedicado nada pra ela mesmo rs...

domingo, 17 de maio de 2009

Nova fase do Limbo

A partir do post abaixo, sobre os 30 anos da morte do Dr. Fleury, abro uma nova fase do blog. Ele continuará com meus devaneios, loucuras e desabafos sentimentais e pessoais, mas contará também com textos mais elaborados e material jornalístico.

O Limbo será laboratório para um outro projeto meu. Desfrutem.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

30 anos de um mistério sem fim

Eis o temido Sérgio Paranhos Fleury, delegado do DOPS e torturador a mando do regime militar

O primeiro de maio de 1979 já era diferente dos anteriores. Era o primeiro em anos sem o AI-5, no ABC metalúrgicos em greve desafiavam os militares. O Brasil era governador há poucos meses por João Figueiredo, o último dos presidentes militares e São Paulo estava há 2 meses sob o comando de Paulo Maluf, candidato que venceu as eleições contra a vontade de Brasília.

No epicentro disso tudo estava a abertura política. O fim das perseguições, a anistia "ampla geral e irrestrita". O país já não era o mesmo do começo da década e em mais um sinal que as coisas estavam mudando foi que no mesmo 1. de maio morria em circustâncias estranhas e mal explicadas até hoje, afogado nos mares de Ilhabela, o delegado e então diretor do DEIC Sérgio Paranhos Fleury. Símbolo máximo da tortura e do terror dos anos de chumbo do país.

DOPS

Fleury fez carreira no temido DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) que era um departamento da polícia cívil, como tantos outros. Isso até o golpe de 1964, quando o poder central resolver utilizar os DOPS estaduais para a caça de opositores armados ao regime. Nesse ambiente, pós AI-5, Fleury brilhou. Com sua equipe, liderou o "Esquadrão da Morte" e era o policial que mais mostrava serviço. O que mais prendia, o que mais torturava e também contava com um excelente sistema de informações e informantes. Contando com o apoio logístico do exército, DOI-CODI e claro com o setor de informações do próprio departamento, comandado por Romeu Tuma.

Cooptado pelos militares, Sérgio Fleury era temido e respeitado por todos os escalões de segurança do país. Participando de importantes ações, como as mortes de Marighella e Lamarca, e desfrutando do convívio e dos segredos do alto poder do país. Fleury se tornou maior que seus superiores na Policia Cívil de São Paulo e, com a fama, criou vários inimigos.

A IDA PRO DEIC; A LIGAÇÃO TUMA-FLEURY

Da esq pra dir: Sérgio Fleury, Henrique Perrone e Romeu Tuma: Policiais do DOPS

Acusado frequentemente e em dezenas de processos sobre mortos políticos ou bandidos comuns, o Dr. Fleury sempre era inocentado das acusações. Ninguém tinha coragem de prender o "Papa" (apelido do delegado no meio policial-militar), mas mesmo assim as notícias sobre seus indiciamentos pipocavam a toda hora e constrangiam a cúpula da segurança paulista naquele 1977 em que se aspiravam as primeiras mudanças no cenário político. Por causa disso e também por atritos com outros policiais, Sérgio Fleury foi promovido a diretor do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), saindo da linha de frente do DOPS e também das denúncias de torturas. No velho prédio da General Osório assume como diretor o delegado Romeu Tuma, que comandaria o departamento até sua extinção em 1983. Tuma e Fleury eram amigos - inimigos íntimos. Eram jovens e ascenderam à classe especial (o topo da carreira) de forma veloz. Fleury era o homem de operações e Tuma o das investigações e informações. Duelavam o tempo todo para obter o maior respeito e o comando do DOPS. Ao que tudo indica, o hoje Senador ganhou a disputa. Pois se tornou diretor do departamento, cargo que Fleury ambicionara, mas só exerceria no Deic.

Romeu Tuma é um túmulo quando se fala da sua passagem pelo DOPS. Nunca se viu nenhuma declaração dele. Parece que apagou essa passagem de sua memória. A um pedido de entrevsita sobre o assunto e sua amizade com Fleury, o senador foi enfático: "Não falarei, por motivo de agenda". Uma pena. Tuma deve saber muita coisa daquela época.


A TENTATIVA DE LIMPEZA DE IMAGEM ; A MORTE OBSCURA

Fleury acima de tudo tinha alma de policial. E a alma de um policial é sempre a de caçar bandidos e proteger a sociedade. Foi assim que ele fez a vida inteira. Seja com criminosos comuns ou com criminosos políticos. Para ele, não havia diferença. Era bandido e pronto. Livre dos comunistas do DOPS e notando a mudança dos tempos, o delegado reolveu mudar a sua imagem. De truculento e torturador para um policial ágil, eficiente e principalmente: Produtor de resultados (e dessa vez sem tortura). Durante os anos na frente do Deic, Fleury e sua equipe desvendaram miraculosos sequestros, penderam assaltantes perigosos e aumentou - e muito - a produtividade da delegacia. Estava tentando mudar sua imagem, mas talvez era tarde demais.

Na madrugada de 1/05/1979 Fleury estava em sua lancha e resolveu atravessar para a lancha de um amigo quando tropeçou, caiu e morreu afogado. Estranho, já que Fleury sabia nadar e muito bem. Além disso, por ordens superiores não se pôde fazer a autópsia no corpo do delegado. Era afogamento e pronto. Aos 45 anos morria um dos mais famosos homens do país. Seu enterro, em São Paulo, teve honras de estado, com direito ao governador Maluf e o diretor do DOPS Romeu Tuma carregando o caixão do falecido. Salva de tiros e pronto. Estava enterrado e , ao mesmo tempo, criado outro mistério dos anos militares e que dura até hoje.

TEORIAS CONSPIRATÓRIAS; FLEURY, UM POLICIAL

Desde então as teorias mais diversas povoam o noticiário e o imaginário popular. Envenenamento, tiro e outras coisas milaborantes são levantadas. Fleury tinha muitos inimigos, naqueles tempos de abertura política não seria vantajoso para os militares manter um homem tão ligado à tortura vivo e com poder. Pode ser? Pode.

Mas dificilmente sairemos dessa versão oficial. A maioria dos envolvidos na época já morreram e levaram com eles os segredos dos porões, os que estão vivos não falam. Parecem querer levar para o túmulo o que sabem. Em um país que tem medo de lida com seu passado recente, isso até que é normal.

A pergunta a se fazer é: E quantos Fleurys por aí não existiram? Quantos ainds estão vivos e não desconfiamos de seu passado. O maior erro de Fleury foi se deixar levar pelo ideário do governo de então, ua vez que aquele momento passaria e ele e sua carreira também não. O chefão do DOPS deixou-se colar sua imagem com o que havia de pior na ditadura militar. As prisões, as torturas e os porões. Com essa imagem, dificilmente o delegado escaparia daquela época. Como não escapou. Mais esperto foi Tuma e alguns outros que nunca tiveram fama nenhuma e hoje são bem vistos pela população.

Sem entrar no mérito das ações e tentando analisar o período com distância histórica. No fundo eram apenas policiais. Fleury era apenas mais um deles.

Restart

Chega um pouco desse circulo vicioso maléfico. Vou jogar fora um pouco minhas fixações idiotas que não me levam a nada. Esquecer um pouco os Renatos, as Simones, as Carolinas e a solidão de outrora.

E sem a pieguice habitual, por favor.

Pessoal não entendeu muito bem meu último post, chamado "Rompimento". Não estou me despedindo de nada e nem de ninguém. Foi apenas uma constatação momentânea do romper. Apenas isso e mais nada.

Vamos à programãção normal.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Rompimento

Diferente da maioria das pessoas, eu não acho um rompimento tão ruim. Diria mais, às vezes é necessário para sentirmos o cheiro da mudança em nossas vidas. O alvorecer de uma nova fase. Cheia de coisas boas, novos personagens, enredos e situações que fariam qualquer roteirista de novela morrer de inveja.

Se um dia eu tiver que me despedir de amigos de longa ou de curta data, de mulheres e da família, eu sentirei. A dor é normal e a saudade também. Mas a vida há de continuar.

Algo há de se romper, de se dividir para se criar algo novo, jovem e mais vivo e maravilhoso do que aquilo que jás esgarçado.